A CPMI do INSS determinou a prisão do presidente da CBPA, Abraão Lincoln Ferreira, por supostamente apresentar “inverdades e contradições” durante seu depoimento. Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, líder da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), foi detido durante a sessão da CPMI do INSS, após o senador Carlos Viana, presidente da CPI, dar voz de prisão ao depoente.
Durante o depoimento, Abraão Lincoln permaneceu em silêncio na maior parte das perguntas feitas pelos membros da comissão. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, solicitou a prisão do presidente da CBPA, e a decisão foi acatada pelo presidente da comissão. Essa é a terceira vez que a CPMI do INSS determina a prisão de envolvidos, incluindo o presidente da Conafer e o ex-diretor de empresas do Careca do INSS.
Segundo o relator, Abraão Lincoln mentiu sobre sua saída da direção da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA) e negou conhecer o Careca do INSS, mesmo admitindo o vínculo em outras respostas. A CBPA está sob investigação da Polícia Federal, no âmbito da Operação Sem Desconto, que apura descontos irregulares em benefícios do INSS. Os bens da confederação e de Abraão Lincoln foram bloqueados por determinação da Advocacia Geral da União.
Durante o depoimento, Abraão Lincoln compareceu com um habeas corpus preventivo concedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, garantindo seu direito ao silêncio e à não autoincriminação. O senador Carlos Viana encerrou a sessão destacando que o silêncio do depoente também é revelador e que a verdade precisa ser estabelecida em nome dos aposentados e pensionistas.
A CPMI do INSS apurou que Abraão Lincoln também mentiu sobre sua relação com o tesoureiro da CBPA e sobre a procuração concedida a um terceiro. Adelino, com amplos poderes para movimentar recursos da confederação, teria enviado valores para pessoas ligadas ao INSS de forma irregular. Viana enfatizou a importância de encerrar um ciclo de impunidade e buscar a verdade em nome dos beneficiários do INSS.
Após o término da sessão, Abraão Lincoln foi encaminhado à delegacia do Senado, onde permaneceu detido. A CPMI do INSS reiterou seu compromisso em buscar a verdade e garantir que casos de corrupção e irregularidades sejam devidamente investigados e punidos. “O Brasil pode ter sido enganado por um tempo, mas a verdade sempre virá à tona”, concluiu o presidente da CPMI.




