A vereadora Gigi Castilho é alvo de uma operação da Polícia Civil do RJ nesta terça-feira (4) contra fraudes em contratos e desvio de recursos públicos, envolvendo creches ligadas a ela. Esse caso veio à tona em junho, quando o RJ2 mostrou que creches ligadas à vereadora gastaram R$ 1,7 milhão em dinheiro público com empresas de parentes dela.
Agentes da Delegacia de Defraudações estão cumprindo 29 mandados de busca e apreensão contra 15 empresas e 14 pessoas, expedidos pela 1ª Vara Especializada em Organizações Criminosas. As creches Creche Comunitária Deus é Fiel e Creche Escola Machado, ambas na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estão entre os principais alvos. Há indícios de crimes contra a administração pública e de criação de empresas de fachada para lavagem de dinheiro.
O marido de Gigi, Luciano Castilho, e a filha, Andreza dos Santos Adão, também estão sendo investigados. Andreza é proprietária da Padaria e Mercearia Impacto, que recebeu R$ 97,5 mil por serviços de panificação e depósito às creches em 2022 e 2023. Até o momento, a vereadora e seus familiares não se manifestaram sobre a operação.
Em junho, o RJ2 já havia revelado que as creches pagaram R$ 1,7 milhão a empresas de parentes e pessoas próximas à parlamentar. As unidades também são alvos dessa operação. Empresas ligadas a pessoas próximas à vereadora, como a Santos Júnior Confecção e Costura e a Coutinho Confecções, também estão sob investigação.
O RJ2 mapeou 9 empresas que emitiram notas fiscais para as creches Deus é Fiel e Machado, sendo que 6 delas encerraram suas atividades após receberem pagamentos que somam mais de R$ 1,7 milhão. As creches, que são associações privadas sem fins lucrativos, recebem recursos da Prefeitura do Rio para atender alunos da rede municipal e já receberam R$ 64,2 milhões desde 2019.
A Creche Comunitária Deus é Fiel, fundada por Gigi Castilho e seu marido em 2009, tem Anderson Oliveira Nascimento como presidente atual, amigo do marido da vereadora. Já na Creche Escola Machado, Andreza Adão, filha da vereadora, assumiu a representação legal em agosto de 2022. O caso continua em investigação pela Polícia Civil, com desdobramentos cada vez mais complexos.




