Família de jovem injustamente presa por 6 anos vai processar o Estado por negligência

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Família de jovem que ficou presa preventivamente por 6 anos e morreu dois meses
após ser absolvida vai processar o Estado

Damaris Vitória Kremer da Rosa, 26 anos, teve pedidos de revogação da prisão
negados pela Justiça. Ela morreu 74 dias depois de ser considerada inocente por
júri.

Jovem presa injustamente por 6 anos morre de câncer dois meses após ser absolvida por júri

A família da jovem que ficou presa injustamente por 6 anos e morreu dois meses
após ser absolvida pelo júri pretende pedir indenização ao governo gaúcho por danos morais.

A advogada Rebeca Canabarro contou ao DE nesta terça-feira (4) que está em
tratativas com os pais de Damaris Vitória Kremer da Rosa para ingressar com a ação de reparação contra o Estado.

Damaris não resistiu às complicações decorrentes de um câncer no colo do útero diagnosticado enquanto estava na cadeia. Ela morreu 74 dias depois de ser considerada inocente pelo júri.

> “A falta que eu sinto da minha filha não existe dinheiro no mundo que vai
> compensar. Mas ela já estava preparando tudo, ela achava que alguém tinha que
> pagar por isso, por essa injustiça. E não é só por ela. Tem outras pessoas lá
> dentro passando por isso igual”, disse a mãe da jovem, Claudete Kremer Sott,
> em entrevista à jornalista Gabriela Plentz.

Uma linha de argumentação é de que teria havido ao menos duas falhas do Estado:
na manutenção da prisão preventiva sem fundamentação individualizada e ao
negligenciar tratamento médico adequado, o que violaria o dever de assistência.

“Presas diziam que estavam morrendo de dor, iam lá pedir medicamento e repassavam para ela, porque não aguentavam ver ela gritando de dor e não davam
um paracetamol para tomar”, acrescentou Claudete.

A família de Damaris pretende buscar justiça e responsabilização do Estado pelas falhas que resultaram na morte trágica da jovem. A advogada Rebeca Canabarro está empenhada em representar os interesses dos pais e buscar uma reparação adequada.

Em nota, a Polícia Penal disse que, “durante o período em que esteve sob
custódia, Damaris recebeu 326 atendimentos técnicos, dentre eles 59 atendimentos
médicos de diversas especialidades; 51 atendimentos de enfermagem; 67
atendimentos do serviço social; e 56 atendimentos psicológicos”.

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