Mortes de cavalos-marinhos em PE levantam preocupações: obra de dragagem é responsável? Investigação do MPF em andamento.

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Pescadores e ativistas ambientais estão alarmados com a denúncia da morte de cavalos-marinhos no Litoral Sul de PE. Essa situação preocupante veio à tona com um vídeo que viralizou nas redes sociais, mostrando a indignação de um pescador diante das mortes dos animais. A região de Ipojuca foi o epicentro desses acontecimentos, levando à investigação pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre a possível relação com a obra de dragagem em andamento no Porto de Suape, contrariando a negação das entidades responsáveis, como o próprio porto e a CPRH.

Edson Cavalcante, um pescador experiente e conhecedor da região, suspeita que as obras de dragagem estejam diretamente ligadas às mortes dos cavalos-marinhos. A observação das vistorias diárias e ações de fiscalização indicam que não há uma ligação causal entre as operações de dragagem e as mortandades registradas. As obras em questão têm como objetivo aprofundar a via marítima para permitir a entrada de embarcações maiores, com 80% dos serviços já concluídos e um investimento de R$ 217 milhões.

O diretor de sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti, assegura que as obras estão sendo monitoradas de perto, sem qualquer dano à fauna até o momento. Ele destaca a importância dos estudos ambientais e relatórios preliminares realizados pela CPRH, que estabelecem medidas de proteção para o ecossistema durante o processo de dragagem. Contudo, a suspeita de impactos negativos persiste entre os pescadores e ativistas locais, levando a questionamentos sobre a continuidade das obras.

A CPRH, representada por seu diretor-presidente José de Anchieta, reportou que os monitoramentos regulares não evidenciaram uma relação direta entre a morte dos animais e as atividades de dragagem. A suspensão do processo não está em pauta, apesar das preocupações levantadas, pois acredita-se que a região se beneficiará da obra a longo prazo, com uma possível recomposição do ecossistema e incremento na quantidade de pescado disponível.

A procuradora da República, Mona Lisa Duarte Aziz, ressaltou a vulnerabilidade dos cavalos-marinhos como espécie e a necessidade de ações imediatas para protegê-los. Ela enfatizou que as medidas de proteção adotadas não contemplam animais pequenos e vulneráveis, como os cavalos-marinhos, podendo resultar em danos irreversíveis à fauna local. O embate entre as entidades responsáveis e os defensores da preservação ambiental gera incertezas quanto ao desfecho dessa situação. A decisão sobre a continuidade das dragagens está em aberto, aguardando definições das instâncias competentes para julgar o caso.

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