Frota de carros elétricos aumenta em 209% nos últimos três anos no Oeste
Paulista
Em Presidente Prudente (SP) havia 342 veículos elétricos em 2023 e número
aumentou para 932 até setembro de 2025, segundo dados do Detran-SP. Especialista
descreve diferença entre os motores a combustão, híbridos e elétricos.
TV TEM faz cobertura especial da COP 30 em Belém
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TV TEM faz cobertura especial da COP 30 em Belém
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o setor de transporte é um dos
maiores emissores de gases que causam o efeito estufa. No futuro, a quantidade
de poluentes gerada pelo trânsito deve chegar a 30% do total das emissões.
Faltando poucos dias para a COP30, evento da ONU sobre Mudança do Clima, que
ocorrerá em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025, um dos assuntos
previstos é sobre os Gases do Efeito Estufa (GEE).
Diante disso, o g1 conversou com especialistas para falar sobre a diferença
entre os veículos com motores a combustão, híbridos e elétricos. No Oeste
Paulista, a média do aumento na frota de carros elétricos é de 209% em três
anos, considerando as oito maiores cidades da região.
Em Presidente Prudente
[https://de.globo.com/sp/presidente-prudente-e-regiao/cidade/presidente-prudente/],
considerada a capital do Oeste Paulista, havia 342 veículos elétricos em 2023. A
frota aumentou para 932 veículos elétricos até setembro de 2025, um aumento de
172% em três anos, conforme o levantamento dados do Detran-SP feitos ao g1.
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Carros elétricos e híbridos podem ser denominados como veículos
eletrizados — Foto: Cedida/BYD
Já em Dracena
[https://de.globo.com/sp/presidente-prudente-e-regiao/cidade/dracena/], os 32
veículos em 2023 passaram para 65 até setembro de 2025, segundo o Detran. O
aumento é de 103% em três anos. Confira mais informações abaixo:
Presidente Prudente
2023: 342 – janeiro a dezembro;
2024: 624 – janeiro a dezembro;
2025: 932 – janeiro a setembro.
Dracena
2023: 32 – janeiro a dezembro;
2024: 51 – janeiro a dezembro;
2025: 65 – janeiro a setembro.
Presidente Epitácio
2023: 111 – janeiro a dezembro;
2024: 120 – janeiro a dezembro;
2025: 141 – janeiro a setembro.
Presidente Venceslau
2023: 23 – janeiro a dezembro;
2024: 34 – janeiro a dezembro;
2025: 51 – janeiro a setembro.
Adamantina
2023: 20 – janeiro a dezembro;
2024: 38 – janeiro a dezembro;
2025: 76 – janeiro a setembro.
Osvaldo Cruz
2023: 11 – janeiro a dezembro;
2024: 21 – janeiro a dezembro;
2025: 34 – janeiro a setembro.
Rancharia
2023: 14 – janeiro a dezembro;
2024: 23 – janeiro a dezembro;
2025: 35 – janeiro a setembro.
Álvares Machado
2023: 10 – janeiro a dezembro;
2024: 28 – janeiro a dezembro;
2025: 71 – janeiro a setembro.
Ainda conforme o relato do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma), em abril deste ano foi recomendada a transição para carros elétricos
que possam reduzir as taxas de emissões, como previsto no Acordo de Paris sobre
Mudança Climática.
Frota de carros elétricos aumenta 20% em Bauru, segundo o Detran — Foto:
TV TEM/ Reprodução
INVESTIMENTO
Em Presidente Prudente, Júnior Mendes, de 32 anos, trabalha há três meses como
motorista de aplicativo após decidir sair do emprego fixo que estava há dois
anos, como bancário. Assim que começou na nova profissão, ele decidiu trocar o
carro a combustível por um elétrico por diversos motivos.
“Economia de combustível, conforto e não poluir o meio ambiente, além da
qualidade de vida. Estava cansado da cobrança e pressão. Agora tenho mais
flexibilidade nos horários, rotina e ainda possuo uma renda maior do que como
bancário”, reforça.
Quando comparado ao anterior, o novo veículo é considerado mais confortável e
mais ágil, oferece menos manutenção e aumenta a rentabilidade, segundo o
motorista. “Não me arrependo de ter feito a troca, ainda mais pela profissão que
tenho hoje, onde tenho mais economia e mais lucro”.
Em Presidente Prudente (SP), Júnior Mendes, de 32 anos, trocou o carro a
combustão por um elétrico — Foto: Júnior Mendes/Arquivo pessoal
Trabalhando por um mês como motorista de app com o carro anterior, ele notou o
aumento da circulação do elétrico nas ruas. “Fiquei com a dúvida de como as
pessoas estavam colocando um carro de um valor agregado alto para rodar muito,
então pesquisei sobre o carro”.
“Fui até a concessionária tirar as dúvidas sobre o modelo e fazer um test-drive.
Após isso, analisei o custo e benefício de um para o outro, vi que era muito
rentável e não tive dúvidas na troca”, continuou o motorista.
CUSTO-BENEFÍCIO
Outro motorista de aplicativo trabalha há sete anos na área e, há quase um mês,
trocou o veículo para um modelo elétrico que, segundo ele, traz mais conforto
para trabalhar por 12 horas, se necessário.
“Muita diferença! A maior é realmente o conforto e não ter que gastar todo dia
com combustível. Isso faz a diferença com quem vive dessa atividade. Um tanque
de combustível de etanol dá R$ 200. Uma carga em casa, para estar abastecido
cheio de um carro elétrico, você gasta R$ 35”, destaca.
Conforme o levantamento feito ao g1 sobre os 10 carros elétricos mais baratos do
Brasil em 2024
[https://de.globo.com/carros/noticia/2024/09/18/conheca-os-10-carros-eletricos-mais-baratos-do-brasil-veja-lista.ghtml],
os valores variavam entre R$ 99.990 e R$ 199.990, a depender do modelo, autonomia,
bateria, potencia, tempo de recarga e outros fatores.
Como funcionam os carros elétricos
[https://s04.video.glbimg.com/x240/11994715.jpg]
Ao g1, o professor do curso de Engenharia de Controle e Automação da Unesp
Sorocaba, Rafael dos Santos, destacou quais as diferenças entre carros a
combustão, híbridos e elétricos, sendo, principalmente, os sistemas de
propulsão, responsáveis por transformar diferentes fontes de energia em
movimento
“Todos os carros possuem algum grau de eletrificação, conceito técnico referente
ao grau de presença de sistemas elétricos no veículo. Mesmo os carros a
combustão convencionais dependem de uma bateria de 12 volts (geralmente de
chumbo-ácido) para acionar o motor de partida e alimentar equipamentos
eletrônicos internos, por exemplo”, destaca.
Segundo o especialista, os carros a combustão utilizam exclusivamente a energia
química contida em combustíveis, como gasolina, etanol ou diesel, para
transformá-la em energia cinética, responsável por gerar o movimento do veículo.
Em Presidente Prudente e Região
Para isso, o sistema de propulsão pode incluir componentes bastante conhecidos,
como bicos injetores, embreagem, câmbio e motor a combustão, que pode operar em
diferentes ciclos (Otto, Diesel, entre outros) e apresentar diversas
configurações, como em linha, boxer ou em V.
Óleo de motor — Foto: Adobe Stock
“Esse tipo de veículo emite mais poluentes e exige manutenção mais frequente,
devido ao maior número de partes móveis. Já os carros elétricos são movidos por
motores elétricos alimentados por baterias baseadas em diversas tecnologias,
como íons de lítio, por exemplo, projetadas para oferecer maior autonomia para
diversos ciclos de condução”, continuou o professor.
Os motores elétricos presentes nos carros elétricos apresentam alta eficiência,
podendo alcançar patamares próximos a 90%, em comparação aos 30% a 40% dos
motores a combustão, conforme o professor.
“Os veículos elétricos dispensam muitos componentes mecânicos e peças móveis,
o que resulta em menor necessidade de manutenção e maior rendimento. Por outro
lado, dependem de uma infraestrutura energética robusta, que requer uma rede
elétrica mais confiável, flexível, sustentável e dotada de maior automação e
inteligência”.
Os veículos híbridos combinam motor a combustão e motor elétrico, podendo operar
com um ou outro, ou com ambos. “Essa combinação permite reduzir o consumo e as
emissões, aumentar o rendimento e oferecer modos de condução puramente elétricos
em situações específicas, proporcionando maior eficiência e flexibilidade ao
motorista”.
No carro a combustão, a média de dióxido de carbono (CO₂) produzida por ano é de
2 a 5 toneladas, dependendo do combustível, eficiência e uso, segundo o
especialista. “Para estimativas práticas, podemos considerar cerca de 4,6
toneladas/ano (aprox. 383 kg/mês) para um veículo típico”.
Até 2050, estima-se que o mundo terá introduzido cerca de 1 bilhão de veículos e
a maioria em países de rendas baixa e média, segundo o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
“A poluição do ar mata milhões de pessoas todos os anos. Com veículos elétricos,
os consumidores também poderão apoiar o crescimento da energia renovável, além
de aumentar a criação de postos de trabalho verdes, que utilizam energia limpa”,
informou o órgão em abril de 2025.
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