Falsa central telefônica criminosa é desmantelada no PR; rede de golpes interestaduais é revelada

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Central telefônica criminosa que fazia ligações para aplicar golpes em todo o país é fechada no Paraná; entenda o esquema

Grupo também era envolvido com tráfico de drogas e movimentou mais de R$ 40 milhões, segundo o Gaeco. Eles são investigados por furto mediante fraude, estelionato eletrônico, lavagem de dinheiro, tráfico, e corrupção ativa e passiva.

De desmantela falsa central telefônica e revela rede criminosa interestadual

Uma “central telefônica” com criminosos que faziam ligações para aplicar golpes em todo o país foi descoberta e fechada em Ponta Grossa , nos Campos Gerais do Paraná, durante uma operação deflagrada nesta terça (4) e quarta-feira (5).

As informações são do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que foi responsável pela operação e contou com o apoio da Polícia Científica e dos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e do Ceará.

As investigações apontam que os criminosos se passavam por funcionários de centrais de segurança bancária para induzir as vítimas a fornecerem dados sensíveis e códigos de segurança (tokens) de suas contas, possibilitando que um hacker invadisse o sistema bancário e furtasse as vítimas. Saiba mais abaixo.

Durante a operação, foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, além de ordens de bloqueio de 38 contas de pessoas físicas e 10 de pessoas jurídicas, bloqueios administrativos de 17 veículos e o sequestro de seis imóveis – inclusive o do local onde funcionava a falsa central telefônica.

Durante o cumprimento das medidas, foram apreendidos três veículos (um deles considerado de luxo), além de aparelhos de telefone celular, cartões, máquinas de cartão e equipamentos eletrônicos, entre outros itens que serão periciados e deverão auxiliar na continuidade das investigações.

As medidas cautelares foram cumpridas no Paraná (Ponta Grossa, Curitiba e Foz do Iguaçu ), Ceará (Fortaleza e Itaitinga ), Rio de Janeiro (Mesquita , Nova Iguaçu , Nilópolis , Mangaratiba e Rio de Janeiro) e São Paulo .

> “As investigações apuram atuação de organização criminosa de âmbito nacional envolvida com crimes de furto mediante fraude e estelionato eletrônico, praticados a partir de uma falsa central telefônica que operava em Ponta Grossa, além de lavagem de capitais, corrupção ativa e passiva e tráfico de drogas”, explica o Gaeco.

O órgão também explica que sete pessoas trabalhavam na central telefônica, com expediente de call center – das 8h até às 18h, diariamente. O espaço físico ficava em uma chácara de Ponta Grossa .

Os nomes dos suspeitos não foram revelados.

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ENTENDA O ESQUEMA

O Gaeco destaca que a organização criminosa utilizava “técnicas sofisticadas de engenharia social” para praticar furtos mediante fraude e estelionato eletrônico.

“No curso das investigações, em apenas um dos golpes identificados houve o furto de R$ 564.874,55 da conta de uma empresa vítima de São Paulo. Em outro caso, contra um cliente que tinha R$ 5 milhões em conta, o crime somente não se consumou porque a vítima foi alertada pelo gerente do banco”, explica o grupo.

Os valores furtados eram “lavados” com contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas de vários estados do país.

> “Para cada crime praticado há o envolvimento de dezenas de pessoas, desde os operadores da falsa central telefônica, criminosos que coordenam e angariam ‘laranjas’, além dos hackers, que ‘invadem’ a conta das vítimas e transferem os recursos para as contas laranjas. O grupo ainda utilizava uma empresa de fachada, registrada como comércio de artigos de pesca para dissimular a origem do dinheiro”.

NOVAS INVESTIGAÇÕES

A partir da constatação dessa rede de fraudes bancárias e lavagem de dinheiro, a investigação deu origem a duas outras investigações: a “Muralha de Areia” e a “Vértice”, explica o Gaeco:

Na primeira, conversas telefônicas entre os membros da organização criminosa, monitoradas com autorização do Judiciário, revelaram um esquema de corrupção envolvendo a compra de benefícios indevidos no sistema prisional. Foram identificados indícios de corrupção ativa e passiva para a concessão de privilégios a presos da Unidade de Progressão em Ponta Grossa, como uso de celular no local de trabalho externo e para acobertar a saída ilegal temporária do detento do canteiro de trabalho.

Na segunda, foram coletadas evidências do envolvimento de parte dos investigados com o tráfico de drogas e de um esquema complexo de lavagem de dinheiro do tráfico, com o pagamento de fornecedores por meio de diversas empresas de outros estados da Federação e da região de fronteira com o Paraguai, todas de fachada. Uma delas, por exemplo, somente no ano de 2025, movimentou mais de R$ 43,6 milhões, o que indica tráfico de drogas em grande escala.

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