Na abertura da primeira sessão temática da Cúpula do Clima em Belém, intitulada ‘Florestas e Oceanos’, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou o compromisso do governo em ampliar a cobertura das áreas marinhas protegidas, com foco na Amazônia Azul. Lula anunciou o plano de expandir a proteção das áreas marinhas de 26% para 30%, seguindo a meta do Marco Global de Biodiversidade. Além disso, destacou a importância de realizar estudos antes da exploração de recursos minerais e da criação de unidades de conservação.
A região denominada Amazônia Azul engloba a extensão atlântica que se estende desde o litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira, abrangendo a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos. Lula alertou para a crise climática irreversível, exemplificando com a mortalidade extensa dos recifes de corais em águas quentes e os impactos do aquecimento dos oceanos no regime de chuvas amazônicas, ressaltando o risco de savanização e seus efeitos globais.
O presidente enfatizou a necessidade do multilateralismo para enfrentar a crise climática, ressaltando que nenhum país pode lidar com isso sozinho. Ele mencionou conquistas como a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, o Protocolo de Montreal e a futura ratificação pelo Brasil do Tratado de Alto Mar, que entrará em vigor em 2026. Lula destacou a urgência de cooperação global para combater incêndios, desmatamento e poluição, e reforçou o compromisso de desmatamento zero até 2030.
Após celebrar a redução do desmatamento amazônico em mais de 50% e a menor taxa registrada, Lula anunciou a meta de recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em uma década. Ele ressaltou que a valorização das florestas tropicais está intrinsecamente ligada à melhoria das condições para todos os habitantes dessas regiões. O presidente conclamou a união em prol de um pacto pela vida de florestas, oceanos e humanidade, transformando ambição em ação e buscando equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade.
