Fifagate: Justiça do Paraguai processa viúva e filhas de Nicolás Leoz por desvios na Conmebol

Dirigente que comandou a entidade por quase 30 anos, morto em 2019, protagonizou escândalo de corrupção descoberto em 2015; entidade diz ter recuperado US$ 130 milhões

Sete dirigentes da DE são presos, acusados de corrupção
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A Justiça do Paraguai iniciou um processo penal contra nove pessoas que teriam ligação com desvios de dinheiro da Conmebol durante a administração do paraguaio Nicolás Leoz, entre 1986 e 2013 – o dirigente morreu em 2019. Entre os denunciados estão a viúva de Leoz, María Clemencia Pérez, e as duas filhas dele, Nora e María Celeste. Outros denunciados têm relação com o banco Atlas, supostamente utilizado no esquema.

A ação é um desdobramento do DEgate, o escândalo de corrupção que veio à tona em 2015 depois de investigações do FBI, a polícia federal americana – e que mirou, também, dirigentes brasileiros, como os ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira, Marco Polo del Nero e José Marin Marin, que foi preso e condenado nos EUA – Marin morreu em julho, quando já havia retornado ao Brasil.

Em 2017, uma auditoria interna feita pela Conmebol foi entregue às autoridades do Paraguai – desde então, a entidade diz ter recuperado mais de US$ 130 milhões, o equivalente a quase R$ 700 milhões.

O Ministério Público do Paraguai pediu a imposição de medidas cautelares contra os denunciados, com a obrigação de se apresentarem em juízo regularmente e depósitos cauções como garantia.

Uma decisão sobre esses pedidos é esperada para os dias 20 e 21 de novembro, quando serão realizadas audiências.

Leoz foi acusado de corrupção pela Justiça dos EUA. Houve tentantiva de extradição, mas o dirigente conseguiu permanecer no Paraguai graças e recursos. Nos últimos anos de vida, cumpriu prisão domiciliar em seu país natal.