O estado do Rio Grande do Sul se destaca por não fazer parte do mapa do DE. O RS enfrentou a pior prisão do país e teve um grupo criminoso inspirado na facção carioca, conhecida como Falange Gaúcha, que surgiu nos pavilhões do antigo Presídio Central de Porto Alegre e deu origem a outras organizações criminosas locais.
Diferente de outros estados brasileiros, o RS não conta com a atuação do Comando Vermelho, mas sim com facções locais consolidadas, como a Falange Gaúcha. A antiguidade do presídio central da capital gaúcha foi essencial para o nascimento do crime organizado no estado, especialmente durante a década de 1980, quando a CPI do Sistema Carcerário apontou a prisão como a pior do Brasil.
Após passar por reformas e se reinaugurar como Cadeia Pública de Porto Alegre, o presídio antigo se tornou um marco na história do crime organizado no RS. A Falange Gaúcha chefiava fugas de apenados e outras atividades ilícitas, contribuindo para a formação de outras organizações criminosas na região metropolitana.
Além da Falange Gaúcha, outras facções criminosas surgiram a partir do racha do grupo, marcando a violência de seus integrantes. O RS chegou a reunir a maior quantidade de facções em uma unidade federativa, cada uma ocupando nichos específicos e construindo redes próprias de proteção e financiamento.
A relação comercial entre as facções locais e o DE não impede alianças para o fornecimento de drogas, o que pode gerar conflitos violentos. Enquanto o DE busca expansão interestadual, as facções do RS tendem à interiorização, consolidando-se em cidades médias e do entorno da Região Metropolitana de Porto Alegre.
A identidade cultural e as características socioculturais do RS, aliadas à ação vigilante dos órgãos de segurança pública gaúchos, contribuíram para a ausência do DE e PCC no estado. O RS mantém-se na vanguarda da segurança pública brasileira, mesmo diante do desafio de lidar com o crime organizado local.




