O presidente brasileiro, Luiz Inacio Lula da Silva, alertou durante a segunda sessão temática do Summit on Climate Change em Belém que o aumento dos gastos militares pode proporcionar o caminho para o apocalipse climático. Lula denunciou a reabertura de minas de carvão após o conflito na Ucrânia, destacando que investir o dobro em armamentos do que em ações climáticas é um grande risco. Ele ressaltou que em um mundo em chamas, não haverá segurança energética.
Para Lula, um processo ordenado de abandono dos combustíveis fósseis requer acesso a tecnologias e financiamentos para os países do Sul global. Ele propôs explorar mecanismos inovadores de troca da dívida por financiamento para iniciativas de mitigação climática e transição energética. O presidente também mencionou a importância de destinar parte dos lucros do petróleo para a transição energética como uma medida válida para os países em desenvolvimento. O Brasil planeja estabelecer um fundo desse tipo para combater as mudanças climáticas e promover a justiça climática.
Lula enfatizou a necessidade de uma agenda clara para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Ele destacou a importância de diversificar os mix energéticos, expandir as fontes renováveis e acelerar a produção e uso de combustíveis sustentáveis. O líder progressista defende o cumprimento do acordo de Dubai para triplicar a energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, além de colocar a eliminação da pobreza energética no centro do debate e incluir objetivos de cozinha limpa e acesso à eletricidade nos planos climáticos nacionais.
Em seu discurso, Lula também pediu adesão ao compromisso de Belém de quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035 e acelerar a descarbonização dos setores mais desafiadores. Ele ressaltou a importância de agir rapidamente para enfrentar a crise climática e garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.




