Fundo de florestas ‘não é doação’ e já tem US$ 6 bi, diz Marina Silva
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (7) que o fundo “Florestas Tropicais para Sempre”, lançado pelo Brasil, já está operacional antes mesmo da COP 30 e conta com aportes iniciais de cerca de US$ 6 bilhões. A meta, segundo ela, é alcançar US$ 25 bilhões. Ela explicou que o fundo Floresta Tropical para Sempre nasce como uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente em colaboração com o Ministério da Fazenda, o Banco Mundial, e outras parcerias.
De acordo com Marina, o objetivo inicial era que o fundo estivesse operacional na COP30, e já está em funcionamento com os primeiros aportes de aproximadamente US$ 6 bilhões. A expectativa é atingir cerca de US$ 25 bilhões ao longo do tempo. A arquitetura do fundo, desenvolvida em conjunto com o Ministério da Fazenda e o Banco Mundial, não se trata de uma doação, mas sim de um investimento retornável para os países e investidores privados que contribuírem com recursos.
A ministra destacou que para os países com florestas, o dinheiro recebido será um pagamento pelos serviços ecossistêmicos prestados, não sendo necessário devolvê-lo. O mecanismo foi projetado para atender a uma antiga demanda dos países desenvolvidos, mostrando que é viável usar recursos públicos para atrair capital privado em larga escala. Segundo Marina, aproximadamente 50 países, responsáveis por mais de 90% das florestas tropicais do planeta, já aderiram à iniciativa.
Sobre a participação do Reino Unido no fundo, a ministra ressaltou a colaboração desde o início, incluindo na arquitetura do fundo. Ela mencionou que o governo britânico está em processo de renovação do orçamento, e apesar das dinâmicas internas, ela acredita que haverá um aprofundamento do encontro no futuro. Em relação à China, Marina afirmou que, embora tenham uma dinâmica diferente, as autoridades chinesas mostraram apoio à iniciativa do Brasil e à necessidade de o Sul Global criar seus próprios instrumentos financeiros.
Durante o lançamento da coalizão multilateral contra crimes ambientais, a ministra reafirmou o compromisso do Brasil com o desmatamento zero até 2030, destacando a redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado até 2025. Embora tenha sido registrada uma diminuição do desmatamento, pesquisadores identificaram um aumento da degradação florestal causada por incêndios desde 2022. Atualmente, a degradação representa 38% do total de desmatamento.
Na Cúpula de Líderes da COP30, autoridades de todo o mundo participaram da tradicional “foto de família” que marcou a abertura política do evento. O Fundo Florestas Tropicais para Sempre já conta com investimentos de novos países, incluindo a Noruega com um aporte de cerca de US$ 3 bilhões. Com promessas de investimentos totalizando US$ 5,5 bilhões, o fundo continua a atrair recursos. A ideia da COP30 é que os líderes se encontrem antes da abertura oficial para permitir mais tempo para decisões climáticas complexas.
