Um novo exame de sangue testado no Rio Grande do Sul mostra alta precisão para diagnóstico do Alzheimer. A tecnologia, desenvolvida nos Estados Unidos, foi validada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre pela primeira vez em pacientes brasileiros atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Doença de Alzheimer, também chamada de Mal de Alzheimer, é a causa mais comum de demência e leva ao declínio da memória e das habilidades de raciocínio. Trata-se de uma doença física que faz com que o cérebro pare de funcionar corretamente e que piora com o tempo.
O teste foi aplicado em 59 pacientes atendidos pelo Ambulatório de Demências do Hospital de Clínicas. Os participantes foram divididos em três grupos: pessoas com diagnóstico clínico de Alzheimer; pacientes com demência vascular; grupo controle, ou seja, que não tem diagnóstico.
O teste identifica alterações na proteína p-tau217, que está diretamente relacionada ao acúmulo de grumos no cérebro e é uma das principais características do Alzheimer. A precisão desse exame para detectar as alterações da proteína p-tau217 superou os 95%.
O professor de Farmacologia da UFRGS Eduardo Zimmer afirma que o exame seria capaz de identificar se a pessoa apresenta proteínas acumulando grumos no cérebro, característica da doença de Alzheimer. Ele afirma que o exame pode facilitar o acesso ao diagnóstico e democratizar o diagnóstico com biomarcadores na população brasileira.
Eduardo Zimmer ressalta o impacto positivo que esse exame pode trazer para a prevenção e planejamento de cuidados, além de reduzir custos e tornar o diagnóstico mais acessível pelo SUS. Os resultados positivos da pesquisa foram publicados em uma revista científica internacional e comparados com os métodos padrão atualmente utilizados para diagnóstico.
O neurologista Raphael Castilhos acredita que o exame pode ser revolucionário na forma como a doença de Alzheimer é identificada no Brasil, trazendo mais qualidade de vida para os pacientes. A próxima etapa da pesquisa é ampliar os estudos para outras regiões do país, visando identificar precocemente a presença da proteína associada ao Alzheimer e assim modificar fatores de risco que determinam o curso da doença.




