Diário do Estado Triângulo
Concursada da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) foi detida após ser identificada em extraviando armas que deveriam estar sob guarda da Polícia Civil.
Uma servidora concursada da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag) foi presa na noite de domingo (9), no bairro Salgado Filho, sob suspeita de envolvimento no desvio de armas de fogo que estavam armazenadas na 1ª Delegacia do Barreiro, em Belo Horizonte.
De acordo com interlocutores ligados à Polícia Civil, a mulher é funcionária da secretaria e foi lotada na delegacia. Ela foi flagrada por câmeras de segurança retirando armamentos do local. As imagens, segundo as fontes, estão sob análise da Corregedoria, mas não foram divulgadas.
Ainda de acordo com esses interlocutores, a mulher havia comprado dois carros de alto padrão e feito procedimentos estéticos com o dinheiro dos crimes. No local da prisão, havia um cofre onde os policiais localizaram invólucros da perícia.
Há a suspeita, ainda, que ela revendia as armas para integrantes de facções criminosas. A prisão ocorreu no contexto da investigação interna que apura o desaparecimento de cerca de 220 armas apreendidas pela corporação.
O caso veio à tona após uma ocorrência registrada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, quando policiais identificaram um armamento em poder de um suspeito que já constava como apreendido em sistema da própria instituição.
A partir da inconsistência, foi feita uma checagem do acervo da delegacia, que apontou a ausência de diversos artefatos sob custódia. Segundo a polícia, o material extraviado inclui armas de baixo calibre, muitas delas consideradas obsoletas.
Em vídeo divulgado à imprensa, a Polícia Civil informou que a investigação conduzida pela Corregedoria está em “estágio avançado” e reforçou o compromisso da instituição “com a transparência, a legalidade e o rigor na apuração dos fatos”.
Diário do Estado Triângulo também procurou o Governo de Minas e a Seplag, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
SINDICATO ATRIBUI FALHAS À AUSÊNCIA DE CENTRAIS DE CUSTÓDIA
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol) afirmou que o caso é consequência da falta das Centrais de Cadeia de Custódia no estado. Previstas na Lei nº 13.964, de 2019, o chamado “Pacote Anticrime”, essas unidades deveriam concentrar todos os materiais apreendidos pelas forças de segurança, sob gestão da perícia oficial.
De acordo com o presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, a inexistência dessas centrais facilita extravios e dificulta o controle de objetos apreendidos. “Essas armas não deveriam estar na delegacia. Até hoje a Polícia Civil não liberou a verba para a construção dessa central, que ficaria sob responsabilidade do Instituto de Criminalística”, disse.
A reportagem questionou o Governo de Minas e a Polícia Civil sobre as alegações do sindicato, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.




