A tragédia que culminou na morte da pequena Heloísa dos Santos Silva em 2023 tem gerado repercussão e levantado questionamentos sobre a conduta policial na abordagem realizada no Arco Metropolitano. O policial rodoviário federal Fabiano Menacho Ferreira foi acusado de ser o responsável pelos disparos que resultaram na morte da menina de apenas 3 anos, além de ferir outros ocupantes do veículo. Agora, a Justiça Federal determinou que ele seja submetido a juri popular, respondendo pelos crimes de homicídio consumado, tentativas de homicídio e fraude processual.
O procurador Eduardo Benones, coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial, destacou que o policial teria efetuado três disparos que atingiram o veículo onde Heloísa estava com sua família. O tiro fatal, de um fuzil calibre 556, acertou a nuca da menina, que veio a falecer dias depois no hospital. Segundo relatos, a viatura da PRF surpreendeu os ocupantes do veículo, que já estavam praticamente estacionados no acostamento, abrindo fogo com armas de grosso calibre sem qualquer justificativa aparente.
As perícias realizadas pela Polícia Federal confirmaram a compatibilidade dos projéteis encontrados no carro e no corpo da vítima com a arma utilizada pelo policial, que assumiu a autoria dos disparos. A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal sustenta que houve tentativa de homicídio dos demais passageiros, que escaparam por “circunstâncias alheias à vontade do agente”. A versão de legítima defesa putativa alegada pela defesa de Fabiano não foi acatada, resultando na decisão de levá-lo a julgamento pelo Tribunal do Júri.
O relato angustiante do pai de Heloísa, que presenciou a ação dos policiais enquanto tentava proteger sua família, evidencia a tragédia que se abateu sobre eles naquela noite fatídica. A falta de marcas de tiros nos pneus do veículo contradiz a alegação dos policiais de que teriam atirado apenas para imobilizar o carro. O desfecho trágico da abordagem levanta questionamentos sobre os protocolos e condutas das forças de segurança em situações de abordagem, especialmente em rodovias.
A decisão de levar Fabiano Menacho Ferreira a juri popular é um passo importante para buscar justiça e responsabilizar os envolvidos pela morte da pequena Heloísa. O caso levanta reflexões sobre a importância da transparência e prestação de contas das forças policiais, bem como a necessidade de garantir a segurança e integridade dos cidadãos durante abordagens. A sociedade aguarda por respostas e espera que a justiça seja feita no caso que comoveu o país e evidenciou a fragilidade das vidas que se perderam em meio a ações policiais.




