Em campanha aberta à reeleição, o presidente aproveitou a conferência amazônica como estratégia eleitoral, em Belém. Durante sua visita, Lula não poupou esforços, visitando aldeias indígenas, quilombos, participando de inaugurações e discursando intensamente, ao ponto de quase perder a voz. Em meio à cúpula dos líderes, fez cinco apresentações em apenas dois dias.

A participação na COP colocou Lula novamente em destaque no cenário internacional. Em questões internacionais, ele se destacou como líder do Sul Global, propondo a troca da dívida de nações pobres por medidas ambientais, lançando um fundo para preservação das florestas e exigindo que grandes poluidores financiassem ações contra o aquecimento global.

No âmbito nacional, o presidente capitalizou as conquistas da gestão de Marina Silva no Meio Ambiente, como a redução dos incêndios florestais e a menor taxa de desmatamento na Amazônia em uma década. Ao apresentar os números, Lula ressaltou o contraste com seu antecessor, que não priorizava as questões ambientais.

Uma pesquisa da Quaest revelou que 41% dos brasileiros acreditam que a COP trará resultados positivos para o Brasil, enquanto apenas 7% preveem efeitos negativos. Outros 41% acreditam que a cúpula não terá impacto. De acordo com o levantamento, quase todos (94%) percebem mudanças climáticas, como calor intenso e secas mais longas.

Os dados indicam que negar as questões climáticas não será vantajoso politicamente. Resta saber se os protestos contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, apoiada por Lula, afetarão a imagem verde que ele busca transmitir.

Na política paraense, a COP se tornou um trunfo para os Barbalho. O governador Helder, reeleito com amplo apoio popular, agora ganha destaque nacional. A cúpula incentivou a família a preparar uma renovação política nas eleições de 2026. Jader Barbalho promete se aposentar, mas o clã planeja lançar candidatos ao Senado, à Câmara e à Assembleia Legislativa.