Quem é Cafu Cesar, vice-prefeito de Hortolândia preso em operação da PF contra
fraudes em licitações
Eleito em 2024, político tem 63 anos e é filiado ao Partido Socialista
Brasileiro (PSB). Investigadores cumpriram mais de 50 mandados em dois estados e
no DF.
Vice-prefeito de Hortolândia é preso em operação da PF contra fraudes em
licitações
Vice-prefeito de Hortolândia é preso em operação da PF contra fraudes em
licitações
O vice-prefeito de Hortolândia (SP)
[https://g1.de/sp/campinas-regiao/cidade/hortolandia/], Carlos Augusto
Cesar, conhecido como Cafu, preso nesta quarta-feira (12) durante uma operação
da Polícia Federal que investiga fraudes em licitações públicas
[https://g1.de/sp/campinas-regiao/noticia/2025/11/12/vice-prefeito-de-hortolandia-e-preso-em-operacao-da-pf-contra-fraudes-em-licitacoes.ghtml],
tem 63 anos e é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Ele foi eleito em 2024 como vice na chapa do prefeito Zezé Gomes (Republicanos),
reeleito no primeiro turno com 55,07% dos votos válidos.
Natural de Ponte Nova (MG)
[https://g1.de/mg/minas-gerais/cidade/ponte-nova/], Cafu declarou ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter ensino superior incompleto e atuar como
aposentado, com patrimônio de R$ 1.315.955,00. Ele é divorciado e se identifica
como branco.
A chapa “O trabalho tem que continuar, Hortolândia não pode parar”, formada por
Republicanos, PP, Podemos, PSB, PSD e a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB
e PV), venceu as eleições de 2024 com 60.742 votos, e manteve no comando da
prefeitura Zezé Gomes, que havia assumido o cargo após a morte do então prefeito
Angelo Perugini (PSD) em decorrência da Covid-19.
[https://g1.de/sp/campinas-regiao/noticia/2021/04/06/zeze-gomes-e-empossado-prefeito-de-hortolandia-apos-morte-de-perugini-por-covid-19.ghtml]
Cafu Cesar, vice-prefeito eleito de Hortolândia — Foto:
Reprodução/Facebook
Cafu Cesar, vice-prefeito eleito de Hortolândia — Foto: Reprodução/Facebook
CASSAÇÃO DE MANDATO
Em janeiro de 2025, a Justiça Eleitoral de Hortolândia determinou a cassação dos
mandatos de Cafu e do vereador Leonardo Martins Moreira (PSB), o Leo do LM, por
abuso de poder político nas eleições municipais de 2024.
[https://g1.de/sp/campinas-regiao/noticia/2025/01/05/justica-eleitoral-determina-cassacao-de-mandatos-de-vice-prefeito-e-vereador-de-hortolandia-por-suspeita-de-ameaca-a-candidata.ghtml]
Segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral, os dois teriam tentado
coagir uma candidata da oposição a desistir da candidatura, oferecendo dinheiro
e um emprego, além de fazer ameaças pessoais e ao comércio da vítima.
O juiz Luis Mario Mori Domingues considerou que as provas indicavam a existência
de um “plano claro” para enfraquecer adversários políticos e beneficiar a base
eleitoral de Leo do LM.
A decisão também determinou a inelegibilidade de ambos por oito anos. O prefeito
Zezé Gomes (Republicanos) chegou a ser citado na ação, mas a acusação contra ele
foi considerada improcedente por falta de provas.
A defesa de Cafu negou as acusações e afirmou que não houve prática irregular,
contestando a validade das provas apresentadas. A prefeitura informou, à época,
que as funções administrativas permaneciam normais enquanto os recursos não
fossem julgados em instâncias superiores.
O DE não conseguiu confirmar se houve nova decisão sobre a cassação.
2 de 2 Cafu Cesar, vice-prefeito de Hortolândia, foi levado algemado à Polícia
Federal — Foto: Aline Albuquerque/CBN Campinas
Cafu Cesar, vice-prefeito de Hortolândia, foi levado algemado à Polícia Federal
— Foto: Aline Albuquerque/CBN Campinas
50 MANDADOS DE BUSCA E SEIS DE PRISÃO
Durante a operação, foram executados 50 mandados de busca e apreensão e seis
mandados de prisão preventiva em São Paulo, no Distrito Federal e no Paraná.
Todos foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas (SP)
[https://g1.de/sp/campinas-regiao/cidade/campinas/].
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e três de prisão na região de
Campinas (SP). Além da metrópole, as ações também ocorreram em Hortolândia,
Sumaré (SP) [https://g1.de/sp/campinas-regiao/cidade/sumare/], Limeira
(SP) [https://g1.de/sp/piracicaba-regiao/cidade/limeira/] e Piracicaba
(SP) [https://g1.de/sp/piracicaba-regiao/cidade/piracicaba/], segundo
apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.
Os envolvidos podem responder por crimes como corrupção, peculato, fraude em
licitação, lavagem de dinheiro, contratação irregular e organização criminosa.
Em nota, o advogado Ralph Tórtima Filho, que assumiu a defesa do vice-prefeito,
disse que está “solicitando acesso aos autos e que somente se manifestará após
conhecimento das investigações”.
O QUE DIZEM AS PREFEITURAS
Hortolândia
A secretária de Assuntos Jurídicos de Hortolândia, Silvânia Anízio, afirmou à
EPTV que a prefeitura colaborou integralmente com a Polícia Federal durante a
operação realizada nas secretarias de Educação e de Governo, entregando todos os
documentos solicitados.
Segundo ela, os agentes recolheram quatro processos ligados à empresa Life
Tecnologia Educacional, responsável pelo fornecimento de materiais didáticos e
de robótica. O contrato com a empresa segue ativo.
Anízio destacou que todos os processos seguem a Lei 14.133/2021 e passam por
acompanhamento rigoroso, afirmando que “tudo é feito dentro da legalidade.”
Sobre a prisão do vice-prefeito, a secretária disse que a prefeitura aguarda
acesso ao processo antes de se manifestar, e que questões relacionadas a ele
cabem à defesa particular.
Por fim, ela reafirmou a confiança nos mecanismos de controle interno e a
disposição da administração em cooperar com as investigações, reforçando que
todos os procedimentos municipais estão “em consonância com a lei”.
Limeira
“A Prefeitura de Limeira informa que a atual gestão não renovou, no início deste
ano, o contrato com a empresa Life Educacional e não realizou em 2025 qualquer
pagamento à referida empresa.
A Life é alvo de apuração interna, conduzida por uma comissão de sindicância da
administração municipal, diante de suspeitas relacionadas à aquisição de kits de
robótica.
Por se tratar de uma contratação realizada pela gestão anterior, as informações
sobre a operação devem ser consultadas junto à Polícia Federal, órgão
responsável pela investigação do caso.
Por fim, a Prefeitura esclarece que não foi alvo de mandado de busca e
apreensão”.
Sumaré
“A Prefeitura de Sumaré informa que recebeu, na manhã desta quarta-feira
(12/11), equipe da Polícia Federal para o cumprimento de mandado de busca e
apreensão expedido pela 1ª Vara Federal de Campinas, em investigação conduzida
pelo Ministério Público Federal.
O procedimento tem como foco contratos firmados em 2020, referentes à gestão
anterior, e não diz respeito a contratos celebrados pela atual administração.
O Executivo Municipal reforça que está colaborando de forma plena com as
autoridades competentes, disponibilizando toda a documentação e informações
solicitadas, com transparência e total respeito à legalidade.
Ressalta-se que a medida possui caráter exclusivamente investigativo, sem
qualquer conclusão ou juízo de valor sobre eventuais responsabilidades.
A Prefeitura de Sumaré reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a
boa gestão dos recursos públicos, mantendo o funcionamento normal de todos os
serviços à população”.




