Trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão em construtora de Pernambuco: empresa tentou esconder irregularidades

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Trabalhadores em condições análogas à escravidão foram resgatados e uma construtora tentou esconder evidências da situação subumana. Os responsáveis pelas irregularidades trancaram cômodos e esconderam colchões. A ação aconteceu em Igarassu e Goiana, no Litoral Norte.

Vinte e três trabalhadores foram resgatados por uma operação em uma construção na Praia de Atapuz, em Goiana, no Litoral Norte de Pernambuco. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a fiscalização também encontrou alojamentos insalubres, violações contratuais e graves violações de direitos.

Durante a fiscalização, os responsáveis tentaram ocultar as irregularidades, trancando cômodos e escondendo colchões. O resgate ocorreu em 9 de outubro, mas foi divulgado em 12 de outubro. A ação foi realizada pelo MPT em conjunto com o Ministério Público Federal, Ministério do Trabalho e Emprego, Defensoria Pública da União e Polícia Federal.

A fiscalização foi desencadeada após uma denúncia contra a empresa Cassiano Fernande de Lira Construtora LTDA, também conhecida como CLF Construtora e Empreendimentos, com sede em Igarassu, no Litoral Norte. Os trabalhadores eram aliciados com falsas promessas de emprego e enfrentavam condições degradantes.

Na obra em Igarassu, os fiscais encontraram resistência para acessar áreas e colchões sendo retirados, indicando uma tentativa de ocultar alojamentos improvisados. Em outra obra na Praia de Atapuz, os trabalhadores estavam sem equipamentos de proteção individual e alojados em condições extremamente precárias.

Após uma audiência em 14 de outubro, a empresa assinou um Termo de Ajuste de Conduta com o MPT, comprometendo-se a regularizar a situação dos trabalhadores. O acordo prevê o pagamento de verbas rescisórias, registro na carteira de trabalho, condições adequadas de alojamento, entre outras medidas.

A Cassiano Fernande de Lira Construtora LTDA está sujeita a garantir a dignidade dos trabalhadores, fornecendo condições decentes de alojamento, saneamento básico, EPIs e respeitando as leis trabalhistas. O DE tenta localizar a defesa da empresa para comentar sobre o ocorrido.

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