Ré presa no Pará por mortes em cirurgias com silicone industrial

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Foragida após mortes em cirurgias com silicone industrial no RS é presa no Pará; mulher estava em liberdade provisória após 1º caso

Em janeiro deste ano, ela foi mantida em liberdade provisória em processo que responde pela morte de uma das vítimas. Em março, três meses depois, teria causado outra morte. Silicone era usado para vedação, limpeza de veículos e vendido em casas de material de construção.

Bruna Belém da Silva Souza é ré por causar as mortes de duas pessoas com aplicação de silicone industrial no RS. Uma mulher ré por causar a morte de duas pessoas no Rio Grande do Sul após aplicar silicone industrial nelas para fins estéticos foi presa no Pará durante ação do Ministério Público (MP). Conforme a Justiça, os crimes aconteceram em 2018 e em 2025. As vítimas são Carlos Henrique Lacerda e Karoline Vinhas Velasques. O nome da ré é Bruna Belém da Silva Souza.

Segundo a polícia, o silicone usado é um produto industrial que é vendido em casas de material de construção e usado para vedação e limpeza de veículos, por exemplo.

A prisão preventiva ocorreu em Belém no dia 1º deste mês, mas detalhes só foram divulgados na manhã desta quinta-feira (13). Bruna foi presa após cerca de um ano foragida da Justiça.

Em janeiro deste ano, após decisão judicial, ela foi mantida em liberdade provisória em processo que responde pela morte de Lacerda em Porto Alegre. Em março, três meses depois, teria causado a morte de Karoline em Capão da Canoa. Segundo o MP, ela fugiu após se tornar ré pelos homicídios dolosos das vítimas e foi localizada no Pará. O DE tenta contato com os advogados responsáveis pela defesa dela.

MORTE EM CAPÃO DA CANOA

Karoline Vinhas Velasques morreu após aplicação de silicone industrial. Segundo o MP, o crime mais recente aconteceu em Capão da Canoa, no Litoral do DE. Em 23 de março deste ano, a vítima, Karoline Vinhas Velasques, que era uma mulher trans, buscou Bruna em Porto Alegre e a levou até um apartamento na cidade, onde seria feito o procedimento. De acordo com a investigação policial, Karine passou mal, Bruna teria tentado tratá-la com água e leite com sal e, como não houve melhora, fugiu após recolher o material usado para a aplicação do silicone. A morte de Karine foi constatada pouco tempo depois pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

MORTE EM PORTO ALEGRE

Bruna já respondia por crime parecido cometido seis anos antes, em 22 de novembro de 2018, na Capital. De acordo com o MP, ela aplicou silicone industrial em Lacerda, que morreu após quadro de septicemia. Investigação policial indicou que Lacerda viajou de Florianópolis, em Santa Catarina, a Porto Alegre para fazer o procedimento. Bruna alegou que ele mesmo teria feito a aplicação do silicone, mas provas reunidas pela polícia indicam que Lacerda “estava na residência de Bruna, há alguns dias, na expectativa de refazer um procedimento estético que já havia feito anteriormente com ela, tendo, inclusive, efetuado pagamentos para tanto”. O valor pago foi de R$ 2,2 mil. O inquérito indicou que o produto usado era industrial, vendido em casas de material de construção “para vedação, limpeza de veículos, etc”.

Por decisão da Justiça, em janeiro de 2025, a juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva decidiu revogar as medidas cautelares que Bruna enfrentava em razão do processo que responde pela morte de Lacerda, “permanecendo a acusada em liberdade provisória”. A magistrada justificou a decisão ao dizer que “não é possível afirmar, em sede de pronúncia, a presença de dolo nem mesmo eventual, ou seja, de que a ré tenha assumido o risco do resultado ao realizar injeções de silicone industrial na vítima”. Três meses depois, nova aplicação de silicone industrial feita por ela resultaria em outra vítima. O coordenador do Centro de Apoio Operacional do Júri (CAOJÚRI) do MPRS, promotor de Justiça Marcelo Tubino, explica que a importância da prisão “reside na prevenção da reiteração criminosa da ré. A atuação integrada impediu a continuidade dos crimes e permitirá que ela responda judicialmente pelas duas mortes. Agora, o próximo passo é trazer a presa ao Rio Grande do Sul para que responda por essas duas acusações de homicídio doloso”. Uma data para o julgamento da ré não foi divulgada.

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