O espetáculo “Abdias do Nascimento” celebra o legado do renomado ativista no Dia da Consciência Negra em Fortaleza. Com duas sessões marcadas no Theatro José de Alencar (TJA) no Centro, a peça tem como objetivo promover reflexões sobre a importância do escritor e político para o Brasil. Pela primeira vez na capital cearense, o espetáculo destaca o legado de Abdias do Nascimento, conhecido por suas contribuições em prol dos direitos das populações negras.
A data do espetáculo, 20 de novembro, é significativa por celebrar o Dia da Consciência Negra, fazendo alusão ao dia da morte de Zumbi dos Palmares e estimulando reflexões sobre a valorização da identidade negra e os avanços da luta antirracista no Brasil. A peça, dirigida por Johayne Hildefonso e Iléa Ferraz, é uma oportunidade para o público conhecer de perto a história e o legado de Abdias do Nascimento, falecido em 2011.
Lincoln Oliveira, mente idealizadora do projeto e ator que interpreta Abdias na peça, destaca a importância de resgatar a figura do ativista como o “pai da luta antirracista” e ressalta suas conquistas em prol da igualdade racial, incluindo a luta pela implementação das cotas raciais no país. O espetáculo, que conta ainda com a atuação de Fernando Porto como o diretor de teatro, busca combater o mito da democracia racial e promover reflexões sobre a afirmação da negritude no Brasil.
Abdias do Nascimento, nascido em 1914 em Franca, São Paulo, é reconhecido como uma figura emblemática na causa pan-africanista e foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2009. Sua contribuição para a instituição das cotas raciais, a criminalização do racismo e a criação do feriado nacional da Consciência Negra é lembrada e celebrada no espetáculo. A peça utiliza a metalinguagem para explorar os desafios e a riqueza do legado de Abdias do Nascimento.
As sessões do espetáculo em Fortaleza representam uma oportunidade única para o público mergulhar na história do ativista e refletir sobre a importância do antirracismo e da valorização da identidade negra. Para Lincoln, é essencial apresentar a figura de Abdias à juventude negra nordestina e desafiar visões arcaicas e racistas sobre a cultura e a produção artística da região. A obra do ativista segue sendo preservada e transmitida como um legado de resistência e transformação.




