Reviravolta: Justiça decreta prisão preventiva de homem que confessou
feminicídio em São Bento do Una
Decisão revoga medidas cautelares concedidas em audiência de custódia que previa
liberdade provisória condicionada.
Mulher grávida é assassinada em São Bento do Una
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Mulher grávida é assassinada em São Bento do Una
A Justiça expediu, nesta sexta-feira (14), mandado de prisão preventiva contra o
homem de 43 anos que confessou ter assassinado Júlia Eduarda de Andrade,
de 26 anos, em São Bento do Una, no Agreste de
Pernambuco. A decisão é da 1ª Vara da Comarca do município.
Com a ordem de prisão, foram revogadas as medidas cautelares impostas ao
suspeito durante audiência de custódia na quinta-feira (13), quando ele havia
obtido liberdade provisória. Na ocasião, o juízo analisou apenas o flagrante pelo crime de ocultação de
cadáver, que tem pena de até três anos, e entendeu que não havia requisitos para
decretar a preventiva com base apenas nesse delito.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou ao DE
que a prisão preventiva foi decretada
após pedido do Ministério Público e da Polícia Civil, com base no crime de
feminicídio. O magistrado destacou na decisão que há “abalo da ordem pública” e
que o suspeito tentou prejudicar a investigação ao “ocultar o cadáver da
vítima”.
Segundo o juiz, a medida é necessária para garantir a instrução criminal e a
aplicação da lei penal. “Não vislumbro outra possibilidade, senão a decretação
da prisão preventiva, não se mostrando viável conceder ao representado outras
medidas cautelares”, afirma um trecho do mandado. O magistrado também ressaltou
que a prisão é “a última e derradeira forma de acautelamento da ordem pública”.
O juiz responsável pela audiência de custódia também declarou não ter
competência para decidir sobre o feminicídio, determinando o envio do caso para
a Vara da Comarca de São Bento do Una, que agora decretou a prisão.
Após o cumprimento do mandado, a autoridade policial deverá comunicar
imediatamente a Justiça. O suspeito será recolhido a uma unidade prisional e
colocado à disposição do juízo.
RELEMBRE O CASO
Júlia Eduarda Andrade dos Santos estava grávida quando foi morta — Foto:
Reprodução/Redes Sociais. Júlia Eduarda Andrade dos Santos estava desaparecida desde a manhã da
quarta-feira (5). Segundo familiares, ela saiu de casa por volta das 7h20 para
se encontrar com o pai do bebê que esperava.
O desaparecimento foi registrado na delegacia no dia seguinte. Moradores e
parentes fizeram buscas durante sete dias até que o corpo da jovem foi
encontrado na quarta-feira (12), em uma área de mata na zona rural entre São
Bento do Una e Sanharó. Ela tinha ferimentos provocados por arma branca.
A polícia chegou ao local após ser informada de que o carro do suspeito havia
apresentado pane mecânica na região no dia do desaparecimento. Uma pessoa que
ajudou no reboque do veículo indicou a área aos investigadores. O homem foi
preso em flagrante na noite da quarta-feira (12), confessou ter matado a jovem
com um golpe de martelo e relatou ter utilizado sacolas plásticas para
asfixiá-la.




