O grupo político do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrentou uma divisão após o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, anunciar sua filiação ao MDB. A mudança resultou na provável candidatura de Lucena ao Governo da Paraíba em 2026, o que coloca-o em confronto com Lucas Ribeiro, atual vice-governador e sobrinho do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), uma figura importante do centrão no Congresso.
A decisão de Lucena abalou a unidade proposta por Motta e outros membros da base aliada do governador João Azevêdo (PSB), que deve deixar o cargo em abril para concorrer ao Senado. Além disso, a chapa governista prevê Nabor Wanderley (Republicanos), prefeito de Patos e pai de Hugo Motta, como candidato ao Senado, ao lado de João Azevêdo. A mudança de planos foi motivada pela presidência da Câmara assumida por Motta, que optou por buscar a reeleição e manter o comando da Casa.
Os aliados de Motta reconhecem nos bastidores que a disputa senatorial será acirrada para Nabor Wanderley. O favoritismo de João Azevêdo para uma vaga no Senado deixa apenas uma vaga em disputa. Os principais adversários de Nabor são Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e Marcelo Queiroga (PL), ex-ministro da Saúde. O senador Veneziano é aliado do presidente Lula (PT), o que lhe garantiu expressivas votações na Paraíba.
A chegada de Cícero Lucena ao MDB desencadeou uma série de movimentações. Lula deverá apoiar Veneziano e Azevêdo, mesmo diante de uma rivalidade entre ambos. Cícero será candidato ao Governo na chapa do MDB, irritando Aguinaldo Ribeiro, que se sentiu traído. Com isso, Veneziano coordena ações dos prefeitos paraibanos junto ao governo federal, enquanto Nabor conta com a influência política de seu filho.
Queiroga aposta no voto ideológico do bolsonarismo e alfineta Veneziano e Nabor, criticando o uso de emendas como instrumento político. Efraim Filho (União Brasil) é cotado como candidato a governador apoiado pelo PL, com expectativa de avançar para o segundo turno. As divisões no campo governista podem beneficiar Efraim. O PSD, comandado por Pedro Cunha Lima, é outro partido cobiçado e pode ter papel decisivo nas eleições paraibanas.




