Estudante suspeito de atuar como falso veterinário é investigado pela morte de cadela em MG: preso em Uberaba

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Estudante suspeito de atuar como falso veterinário é investigado por morte de cadela e ameaças aos tutores em MG

Suspeito também teria vazado vídeos de ex-sócio praticando maus-tratos em petshop de Uberaba, para tentar intimidá-lo durante as investigações. Diego Morelli Silva está preso preventivamente.

Suspeito de atuar como falso médico-veterinário é preso em Uberaba

Diego Morelli Silva Nunes, de 37 anos, é investigado por atuar ilegalmente como médico veterinário em Uberaba. Segundo a Polícia Civil, ele se apresentava como profissional habilitado, mas ainda cursava o 5º período de Medicina Veterinária na cidade. A apuração começou após denúncia relacionada à morte de uma cadela da raça pug, que foi atendida pelo falso veterinário.

O suspeito está preso preventivamente desde a última quinta-feira (13). O Diário do Estado tenta contato com a defesa dele.

Após descobrirem que o estudante não tinha registro profissional, os tutores do animal passaram a cobrar explicações sobre sua conduta. Desde então, conforme a Polícia Civil, Diego passou a ameaçá-los para tentar intimidar e dificultar o andamento das investigações.

Além do exercício ilegal da profissão, a polícia aponta que o investigado também comercializava de forma irregular um plano de saúde para pets e usava artifícios para constranger pessoas ligadas à investigação. Em uma dessas ações, ele chegou a divulgar vídeos que mostravam o ex-sócio da clínica em situações de maus-tratos a animais.

O homem começou a ser investigado após a morte de uma cadela da raça pug, chamada Lola, que havia sido atendida na clínica onde o suspeito atuava, em Uberaba, no fim de abril. O caso levou à atuação da Polícia Militar e abriu uma investigação da Polícia Civil pela suspeita de exercício ilegal da profissão.

Segundo o boletim de ocorrência, a tutora relatou que o animal apresentava diarreia com sangue e vômitos. Sem conseguir contato com o veterinário de confiança, ela recebeu o telefone de Diego por meio de uma amiga, acreditando que ele era médico-veterinário. O suspeito teria se apresentado como profissional habilitado, ido até a residência, examinado a cadela e levado o animal para uma clínica, onde afirmou que faria exames e a internação.

Ainda conforme o relato, Diego atualizou o estado de saúde da cadela durante o fim de semana, até informar, por volta das 18h13 de domingo, que ela havia morrido. Após o óbito, chegaram a conversar sobre o destino do corpo, incluindo a possibilidade de necropsia, que Diego teria dito pagar com recursos próprios.

Mas a situação mudou quando a tutora contatou um veterinário que já atendia o animal e foi informada por ele de que Diego não era profissional habilitado. Ao ser confrontado, o suspeito negou ser veterinário, o que levou à comunicação à polícia.

Na época, a PM recebeu conversas, áudios e comprovante de pagamento de R$ 1.200 pelo atendimento, valor enviado via PIX para a conta da mãe do suspeito.

Além da investigação criminal, os tutores acionaram a Justiça para pedir indenização pela morte do animal. Eles afirmaram também que, após a morte da cadela, Diego passou a enviar mensagens de ameaça e conteúdos considerados intimidatórios.

Diante do risco apontado no processo, o juiz da 3ª Vara Cível de Uberaba, Nelzio Antonio Papa Junior, concedeu liminar proibindo Diego de ameaçar ou manter qualquer contato com os tutores de Lola, seja por redes sociais ou pessoalmente, sob pena de multa. A ação de indenização por dano moral segue em andamento.

Na semana passada, Diego denunciou o seu ex-sócio por maus-tratos por meio de vídeos onde o homem aparece agredindo animais que frequentavam o petshop dos dois. Segundo a Polícia Civil, os casos ocorreram em janeiro, mas os vídeos foram compartilhados nas redes sociais recentemente.

Vídeos mostram maus-tratos a animais dentro de pet shop em Uberaba

A PM foi novamente chamada e registrou boletim de ocorrência na quarta-feira (12). O homem que aparece nos vídeos, e não teve a identidade divulgada, alegou aos militares que as agressões aos cães ocorreram em meio a conflitos pessoais com Diego, o que teria afetado sua atuação profissional à época dos fatos. Ao vistoriar o imóvel, os policiais não encontraram nada ilícito, tendo o caso sido informado à PC.

De acordo com o delegado Elinton Feitoza, além de abrir investigação também contra o ex-sócio por maus-tratos aos animais, a exposição das imagens trouxe novos desdobramentos para o caso de Diego.

Na última sexta-feira (14), a PC informou que cumpriu um mandado judicial contra o investigado. A prisão de Diego ocorreu após pedido das promotorias do Meio Ambiente e do Direito do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que acompanham os desdobramentos do caso.

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Diego foi levado para a Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, na sexta-feira (14), onde permanece preso.

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