Crise no Banco Master: Liquidação, impactos políticos e o que saber

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Banco Master: o que se sabe sobre a crise que atinge o sistema financeiro e gera impactos políticos

Em poucas horas, a instituição passou do anúncio de compra pela Fictor Holding Financeira para a decretação de liquidação extrajudicial pelo Banco Central. Além disso, Daniel Vorcaro, dono do banco, foi preso pela Polícia Federal.

Liquidação do Banco Master: como ficam os correntistas e investidores?

A crise do Banco Master eclodiu nesta terça-feira (18) e se desenrolou ao longo de todo o dia. Em poucas horas, a instituição passou do anúncio de compra pela Fictor Holding Financeira para a decretação de liquidação extrajudicial pelo Banco Central (BC).

A liquidação extrajudicial ocorre quando o BC encerra as atividades de um banco que não tem mais condições de operar. Um liquidante assume o controle, fecha as operações, vende os bens e paga os credores na ordem prevista em lei, até extinguir a instituição. Nessa fase, as operações são finalizadas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional.

A EFB Regimes Especiais de Empresas foi nomeada pelo BC para conduzir a administração especial. Com isso, qualquer negociação de compra do Banco Master é automaticamente suspensa. A decisão também impacta diretamente os investidores que adquiriram títulos da instituição.

Daniel Vorcaro, dono do banco, foi preso pela Polícia Federal (PF) no aeroporto Guarulhos na noite de segunda-feira (17). Segundo investigadores, ele estava tentando fugir do país em um avião particular para Malta, país na Europa. A defesa nega.

Veja a seguir o que já se sabe e o que ainda falta esclarecer.

A origem da crise, tentativas de venda, prisão de Vorcaro, R$ 1,6 milhão na casa de diretor, BC determina liquidação extrajudicial, como ficam os correntistas e investidores, como reaver seu dinheiro pelo FGC, investigação atinge o BRB e os principais pontos da investigação, impactos políticos, presidente do BRB é afastado do cargo e risco para servidores aposentados no Rio.

Paralelamente, o Banco Central decidiu nesta terça-feira (18) instaurar administração especial temporária por 120 dias no Banco Master e decretar a liquidação extrajudicial do conglomerado. A decisão ocorreu poucas horas após a Fictor Holding anunciar a proposta de compra da instituição de Daniel Vorcaro e pouco mais de dois meses depois de o BC ter rejeitado a aquisição pelo BRB.

Como ficam os correntistas e investidores?

Para correntistas, os saldos são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. No caso dos investidores, a cobertura varia conforme o tipo de aplicação. Os investidores que aplicaram em produtos sem garantia do fundo não têm direito à cobertura do FGC.

Pessoas físicas devem usar o aplicativo do FGC para solicitar o pagamento da garantia. Já pessoas jurídicas devem fazer o pedido diretamente pelo site da instituição. O período entre a decretação da liquidação e o pagamento aos investidores variou entre 14 e 40 dias nas operações mais recentes.

A investigação da Polícia Federal encontrou indícios de que os dirigentes do Banco de Brasília (BRB) cometeram gestão fraudulenta da instituição. O BRB tentou fechar um acordo para comprar o Banco Master, mas a operação foi barrada pelo Banco Central, segundo o documento obtido pela TV Globo.

De acordo com a investigação da PF, o Banco Master emitiu R$ 50 bilhões em CDBs prometendo juros acima das taxas de mercado e sem comprovar que tinha liquidez. O Master aplicou parte do dinheiro dos CDBs em ativos inexistentes, gerando disputas entre o BRB e o próprio Banco Master.

Grandes impactos políticos foram causados pela crise do Banco Master, envolvendo políticos, bancos e fundos de pensão. Governadores e parlamentares ligados a Daniel Vorcaro estão sendo investigados, e a operação de venda para a Fictor foi vista como uma tentativa de evitar a exposição de negócios fraudulentos.

O presidente do BRB foi afastado do cargo por decisão judicial e o Rioprevidência, fundo que garante aposentadorias e pensões a servidores inativos do Rio de Janeiro, investiu bilhões de reais em fundos do grupo liderado pelo Banco Master, colocando em risco a aposentadoria dos servidores.

Apesar das investigações em andamento e dos impactos políticos provocados pela crise do Banco Master, as medidas tomadas pelo Banco Central visam garantir a segurança dos correntistas e investidores afetados. O desenrolar dos acontecimentos e a apuração dos fatos serão essenciais para restabelecer a confiança no sistema financeiro nacional.

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