Ana Costa e Nilze Carvalho se afinam com Marina Iris em um show politizado, idealizado para combater o preconceito racial. As artistas se uniram para uma apresentação no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro, acompanhadas da cantora convidada Marina Iris. O espetáculo, que aconteceu no dia 18 de novembro de 2025, contou com a presença de um público atento e engajado.

A proposta do show, elaborada pelas cantoras, compositoras e instrumentistas Ana Costa e Nilze Carvalho, tinha um fio político que costurava todas as músicas apresentadas ao longo das terças-feiras de novembro. O repertório refletia o engajamento das artistas, desde a primeira música, o samba “Dia de graça”, até o encerramento com “Zé do Caroço”, em um trio formado por Ana, Nilze e Marina Iris.

Marina Iris, com sua voz marcante e presença de palco cativante, trouxe energia para a apresentação desde sua primeira música, “Virada”. Com destaque para a canção “Identidade”, de Jorge Aragão, e o samba “Pra matar preconceito”, a artista mostrou seu alinhamento com o tom ativista do repertório, incluindo sucessos de seu álbum combativo “Voz bandeira”.

Durante o show, Ana Costa e Nilze Carvalho demonstraram seus talentos como instrumentistas, alternando entre bandolim, cavaquinho, violão, baixo e percussão, acompanhadas pelo músico Paulino Dias. O público se emocionou com releituras de clássicos como “Andar com fé” de Gilberto Gil e “Canto das três raças” de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro.

Em momentos marcantes, Ana Costa surpreendeu ao interpretar músicas fora do universo do samba, como “Lambada de serpente” de Djavan e Cacaso, mostrando sua versatilidade. O show foi dominado pelo samba, mas também contemplou obras de compositores negros de diversos estilos, revelando a riqueza e diversidade da música afro-brasileira.

Ao final da apresentação, o tom de confraternização entre as artistas, reforçado pela interpretação de “Amigo é casa”, destacou a atmosfera de acolhimento que permeou todo o espetáculo. O projeto “Terças no Ipanema”, sob curadoria de Flávia Souza Lima, foi mais um acerto ao proporcionar uma viagem pela história e pela luta do povo negro por meio da música.

Em um momento simbólico, o bis do show encerrou com um samba-enredo que fazia referência à celebração da raça e da liberdade, ressaltando a importância de combater o preconceito racial. Ana Costa, Nilze Carvalho e Marina Iris se uniram em um espetáculo que celebra a Consciência Negra com orgulho do passado e a determinação de lutar por um futuro mais justo para todos.