Beijar pode parecer um comportamento exclusivamente humano, mas novas evidências apontam que o gesto tem raízes muito mais profundas na evolução e que neandertais e primeiros humanos modernos provavelmente também se beijavam. A conclusão faz parte de um estudo da Universidade de Oxford publicado na revista Evolution and Human Behavior, que analisou registros de primatas vivos, fósseis e padrões de parentesco entre espécies. O ponto de partida dos pesquisadores foi a necessidade de redefinir o que é um beijo. Segundo a equipe, muitas definições anteriores eram centradas no comportamento humano e excluíam outras espécies. O novo trabalho descreve o beijo como uma interação amistosa de contato boca a boca entre indivíduos da mesma espécie, sem transferência de alimento e com movimentos característicos. Sendo assim, uma definição que permite comparar diferentes animais. A partir disso, os autores buscaram registros detalhados de primatas africanos e asiáticos, como bonobos, chimpanzés e orangotangos, conhecidos por exibir comportamentos próximos ao beijo humano. Vídeos e documentação foram usados para confirmar que, em muitos casos, esses encontros boca a boca tinham motivação social, de vínculo ou reconciliação. Com esse banco de dados, os cientistas cruzaram as informações com relações evolutivas entre espécies vivas e extintas. As estimativas sugerem que o beijo surgiu entre 21,5 milhões e 16,9 milhões de anos atrás, muito antes do surgimento dos primeiros seres humanos.




