Coordenadora de Hotelzinho é Condenada por Morte por Afogamento

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Coordenadora de hotelzinho é condenada por morte de criança por afogamento em Belo Jardim

Justiça condenou coordenadora do hotelzinho mexia no celular enquanto criança de 3 anos se afogava em piscina.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu pela condenação de coordenadora de hotelzinho — Foto: Reprodução/TV Globo

A coordenadora do Hotelzinho Menino Jesus foi condenada nesta quarta-feira (19) a 10 anos de prisão como responsável pelo acidente que resultou no afogamento e morte do menor Davi Carvalho Cavalcanti Melo, de 3 anos, em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco.

A coordenadora estava usando o celular, deitada em uma cama elástica, enquanto a criança caía e se afogava na piscina do hotelzinho. O acidente aconteceu em maio de 2022.

Na decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o juiz Leonardo Costa de Brito caracteriza o crime como abandono de incapaz, uma vez que a criança foi deixada sozinha por 12 minutos, tempo suficiente para conseguir ultrapassar uma grande metálica que separava a área interna do hotel da piscina.

Sem os cuidados da coordenadora do estabelecimento, o menino caiu na água e se debateu até perder os sentidos sem que a coordenadora Andressa Cristina Soares de Morais, que estava deitada em uma cama elástica, se desse conta do que estava acontecendo.

Conforme o que consta do processo, momentos antes do acidente, uma das funcionárias havia levado o menino até a coordenadora, alertando-a de que ele precisava ser observado. Mesmo assim, a ré continuou deitada utilizando o aparelho celular, com outra criança perto dela. As imagens analisada pela Polícia Civil mostram que, durante todo o período em que Davi retirou a grade, caminhou na área externa, aproximou-se da piscina, subiu na escada e caiu na água, Andressa Cristina permaneceu deitada, disse o juiz.

Ainda de acordo com a Justiça, um laudo da Polícia Científica de Pernambuco confirmou que a grade instalada, comprada pela própria acusada, era improvisada, frágil e incapaz de impedir a passagem de crianças, funcionando, segundo o juiz, muito mais como uma sensação ilusória de segurança do que como barreira efetiva.

Na sentença, o magistrado rejeitou o pedido do Ministério Público para desclassificar o caso para homicídio culposo. Conforme o entendimento do juiz, quando a ré assumiu voluntariamente a função de coordenadora do hotelzinho, e permaneceu no mesmo ambiente que as crianças, ela ocupava posição de garantidora, que tinha o dever legal e direito de vigilância e cuidado.

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