A Cruzada São Sebastião completa 70 anos de história, mantendo cerca de 4 mil moradores no bairro nobre do Leblon, no Rio de Janeiro. Lançada por dom Helder Câmara com o objetivo de acabar com as 150 favelas existentes na cidade na época, o projeto teve seu marco inicial na Praça Antero de Quental, com um discurso impactante que contou com a presença de uma multidão ávida por mudanças. No entanto, apesar do início promissor, a Cruzada enfrentou desafios e não conseguiu cumprir totalmente sua missão inicial.
A ideia por trás da Cruzada São Sebastião era proporcionar moradias dignas com água encanada, luz e segurança para os moradores das favelas, sendo um sonho distante naquela época. Em 1955, foi lançada a pedra fundamental do primeiro conjunto do projeto, que rapidamente começou a receber as primeiras famílias em 1957. Porém, a expansão do projeto parou por aí, e o cenário das favelas no Rio de Janeiro sofreu uma mudança significativa ao longo das décadas seguintes.
Apesar das transformações urbanas, a presença de dom Helder na Cruzada São Sebastião continua marcante, retratada em grafites e estátuas que simbolizam seu legado para os moradores. Atualmente, o conjunto abriga em torno de 4 mil pessoas, com uma mistura de moradores antigos e novos que buscam na região uma boa localização e preços acessíveis. A associação dos moradores destaca a importância da diversidade e convivência na comunidade, que se tornou um ponto de referência no Leblon.
Para celebrar os 70 anos da Cruzada São Sebastião, estão programadas três dias de festividades, com música e exposições sobre a história e importância do projeto. O conjunto segue como um exemplo de superação e transformação social, representando não apenas um marco na luta contra as desigualdades, mas também um símbolo de resistência e união em prol de um futuro melhor para todos os seus moradores. A Cruzada São Sebastião permanece como um legado vivo da busca por justiça social e dignidade habitacional no Rio de Janeiro.




