A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a morte do piloto de voo e bicampeão brasileiro de asa-delta, Philip Haegler, conhecido como Phil, foi um acidente trágico e não um crime. A delegada Daniela Terra, da 15ª DP (Gávea), descartou a possibilidade de participação de terceiros no ocorrido, afirmando que, até o momento, não há indícios que sugiram a ocorrência de crime. A queda durante o voo de parapente em São Conrado, na Zona Sul, foi considerada uma fatalidade.

Daniela Terra reforçou que os boatos que circularam nas redes sociais, sobre uma possível colisão com uma asa-delta, não são verídicos e não têm respaldo nas investigações. A delegacia registrou o incidente para realização de perícia no local e coleta de depoimentos de testemunhas. Apesar de algumas pessoas já terem sido ouvidas, a polícia não encontrou motivos para abrir uma investigação criminal, pois tudo indica se tratar de um acidente decorrente da prática de um esporte de alto risco.

No momento da queda, Haegler teria se chocado contra a fachada de um prédio em São Conrado, sendo socorrido em estado gravíssimo pelos bombeiros. Infelizmente, o piloto não resistiu aos ferimentos e faleceu ao dar entrada no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. Seu corpo aguarda liberação no Instituto Médico-Legal (IML), com o cremação marcada para o sábado no Cemitério do Caju, com a presença de familiares e amigos, inclusive seu irmão vindo de Portugal.

Considerado um ícone do voo livre no Brasil, Haegler foi presidente da Confederação Brasileira de Voo Livre (CBVL) e seu legado é reconhecido como fundamental para o desenvolvimento da modalidade no país. Sua morte traz à memória outra tragédia do voo livre, a do também brasileiro Pepê Lopes, em 1991, que integrava a mesma equipe que Haegler durante um torneio internacional no Japão. É importante destacar a importância do respeito às condições climáticas e de segurança na prática de esportes de aventura e o risco constante a que estão sujeitos os atletas.