Esalq aponta que vale-alimentação pago aos servidores de Piracicaba não cobre custos da cesta básica
De acordo com o estudo realizado pelo Grupo Painel Econômico da Esalq/USP, a pedido do DE, o valor do vale-alimentação (VA) que será pago pela Prefeitura de Piracicaba (SP) aos servidores municipais no próximo ano está abaixo do custo estimado dos produtos que são distribuídos atualmente na cesta básica.
A gestão de Helinho Zanatta (PSD) enviou e colocou em vigor a lei que substitui a cesta básica por um valor mensal de R$ 270. Segundo a Esalq, os itens da mesma quantidade e marcas da cesta básica teriam um custo entre R$ 322 e R$ 379 nos mercados de Piracicaba, em agosto de 2025.
Uma servidora entrevistada afirmou que o VA de R$ 270 e os valores apontados no estudo são insuficientes para comprar os mesmos itens, considerando a variação de preços e marcas entre os mercados, além do tempo, deslocamento e imprevisibilidade durante as compras. Ela mencionou que uma equiparação com os valores disponibilizados por prefeituras da região seria benéfica aos servidores.
Com essa mudança, Piracicaba apresenta o vale-alimentação mais baixo para servidores públicos entre as 18 cidades de cobertura do DE. A prefeitura de Rio das Pedras (SP) lidera o ranking da região com um VA de R$ 1.350, seguida de Mombuca (SP) com R$ 1.150 e Nova Odessa (SP) com R$ 1.070.
O estudo realizado analisou a composição da cesta básica oferecida pelo poder público aos servidores, considerando positiva a escolha dos alimentos, embora tenha ressaltado que existem itens não usuais para algumas famílias. Além disso, a análise demonstrou que o custo de aquisição da cesta básica ultrapassa os R$ 300.
Isabella Isnard, servidora municipal, considerou negativa a substituição da cesta básica pelo vale-alimentação de R$ 270, enfatizando que o valor deveria ser maior para compensar a troca. Ela citou a dificuldade em manter a quantidade de alimentos com o valor proposto devido à variação de preços e disponibilidade de produtos.
A metodologia utilizada para estimar os 17 itens da cesta básica coletados pelo Grupo Painel Econômico segue o padrão Procon Dieese, incluindo a coleta de preços em diversas lojas de varejo e atacarejo de Piracicaba. A análise também levou em consideração a inexistência de algumas marcas nos estabelecimentos, optando pelos produtos de menor preço disponíveis.
A prefeitura de Piracicaba não se manifestou sobre a possibilidade de aumento do valor do VA ou estudos de mercado previamente à alteração para R$ 270 mensais. A decisão pela implementação do vale-alimentação foi definida em comissão junto ao Sindicato dos Trabalhadores Municipais, considerando as condições orçamentárias existentes.




