Análise: Flamengo dá passo rumo ao título brasileiro e encontra soluções para final da Libertadores
Desempenho do ataque contra o Bragantino pode facilitar o trabalho de Filipe Luís de encontrar substitutos a Pedro e Plata em Lima
Flamengo 3 x 0 Bragantino | Gols | 35ª rodada | Brasileirão 2025
O Flamengo se despediu do Maracanã antes da final da Libertadores em grande estilo: arquibancada lotada, apoio intenso por 90 minutos e resultado tranquilo com boa atuação.
A vitória por 3 a 0 sobre o Bragantino foi importante para o Flamengo na briga pelo título brasileiro – prioridade do clube na temporada. Mais: deu ao torcedor rubro-negro motivos para acreditar na conquista da Libertadores, principalmente depois a má atuação na derrota para o Fluminense.
Flamengo x Bragantino Arrascaeta — Foto: André Durão
O resultado fez o Flamengo aumentar a vantagem na liderança do Brasileirão e, dependendo da combinação de resultados na próxima rodada, pode ser campeão na terça-feira, quando enfrenta o Atlético-MG, um dia antes de embarcar para Lima. É fato que isso deixa o clima mais ameno.
Se vencer o Atlético-MG, em Belo Horizonte, e o Palmeiras perder para o Grêmio, em Porto Alegre, o Flamengo viaja ao Peru com a faixa de campeão nacional no peito. O Fla tem 74 pontos e 22 vitórias, e o Alviverde tem 70 pontos e 21 vitórias. Faltam três rodadas.
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A verdade é que foi um jogo decisivo por um campeonato, mas que serviu de observações para uma final de outra competição. A sensação é que Filipe Luís pode ter encontrado algumas respostas sobre a formação do ataque para enfrentar o Palmeiras na busca pelo tetra da América.
Sem o lesionado Pedro e o suspenso Plata, o ataque do Flamengo se tornou a principal interrogação para a final. Mas o jogo com o Bragantino indicou algumas alternativas. Everton Cebolinha surge como principal candidato a uma vaga no ataque junto com Bruno Henrique. Carrascal, Luiz Araújo e Samuel Lino disputam o que seria a última vaga no trio ofensivo.
Filipe Luís em partida entre Flamengo e Bragantino — Foto: André Durão
O que se viu no Maracanã parece um bom caminho diante de um cenário que, há poucos dias, não se desenhava com otimismo. Filipe Luís conseguiu fazer o que era necessário: se manter competitivo no Brasileirão e testar possibilidades pensando na Libertadores.
Foi possível ver um Arrascaeta mais próximo do gol, flertando como falso nove por muitos momentos, municiado por Carrascal, Plata e Cebolinha. O camisa 11 parece não só ter surgido como alternativa, mas agora um forte candidato a formar o ataque titular da final da Libertadores. Ele já pede passagem há alguns jogos em função da má fase de Samuel Lino. Nos primeiros 14 minutos de jogo, Cebolinha foi responsável por três das cinco finalizações de um Flamengo intenso e pouco exigido defensivamente.
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E o primeiro tempo evidenciou algo notório: a dependência criativa e ofensiva do Flamengo em Arrascaeta. Sem o camisa 10 no clássico com o Fluminense, a equipe foi pouco criativa e sem volume de jogo. Contra o Bragantino, apesar do placar sem gols até a ida para o intervalo, as melhores chances passaram pelos pés do uruguaio, seja em um passe certeiro, um cruzamento preciso ou uma finalização perigosa.
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Mas, com ou sem Arrascaeta, há um velho problema: o Flamengo cria muitas chances, tem mais posse de bola, controle quase total do jogo e não marca. Liderar só estatísticas não faz um time campeão. É necessário mais. E isso ficou evidente em menos de quatro minutos da etapa final.
Em erro na saída de bola do Bragantino, Jorginho recebeu nos pés na mesma velocidade em que tocou de primeira para Arrascaeta. O camisa 10 limpou o marcador dentro da área e tocou para o fundo da rede, quase como um toque de sinuca.
Filipe Luís retornou para o segundo tempo com Bruno Henrique no lugar de Plata. Logo depois do gol, colocou Luiz Araújo na vaga de Carrascal. Mudanças para o cenário que se desenhava no Maracanã diante do Bragantino, mas com um olho também em Lima, obviamente.
Aos 15, dos pés de Cebolinha em uma boa jogada pelo lado esquerdo, o Flamengo conseguiu um pênalti. Jorginho, assim como no clássico do meio de semana, bateu com perfeição para ampliar o placar. O Rubro-Negro continuou em cima e, aos 26, Bruno Henrique recebeu de Arrascaeta para sacramentar o placar.
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Com o jogo já controlado e um Bragantino que não assustava, Filipe Luís rodou o elenco e tirou Cebolinha, Arrascaeta e Jorginho para as entradas de Samuel Lino, De La Cruz e Wallace Yan. Substituições essas que certamente serviram como testes para o jogo de terça-feira, contra o Atlético-MG.
A vitória foi importante para se reerguer da derrota no clássico, sustentar e ampliar a liderança no Brasileirão e aumentar a esperança e o otimismo para a final da Libertadores. Agora, serão dias intensos e agitados para o Flamengo. Certamente uma semana emocionante e angustiante para cada torcedor rubro-negro.
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