O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (23) que “não significa nada” a falta do seu homólogo norte-americano Donald Trump na cúpula do G20, na África do Sul. A conferência ocorreu desde a última quinta (20) e foi precedida pela falta de uma comitiva dos Estados Unidos na COP 30 de Belém. Lula voltou a acusar Trump de tentar acabar com o multilateralismo – negociação entre várias nações em vez de relações bilaterais – uma fala recorrente em seus discursos sobre a política econômica do presidente norte-americano. O presidente brasileiro emendou afirmando que a falta de Trump no G20 é um simples “sinal de que os Estados Unidos não estava presente”. “Não sabemos se ele concordou ou não concordou, não tem nenhum outro significado”, pontuou. “A ausência de um dirigente não significa nada para o G20. Não significa nada, porque o G20 são as maiores economias do mundo”, completou Lula. Ainda de acordo com ele, Trump terá de presidir a próxima cúpula do G20 nos Estados Unidos, e “todos nós iremos lá prestigiar”. “O G20 hoje é o grande fórum de decisões multilaterais e que tem a respeitabilidade de toda a economia. Estavam todos os países representados, menos os Estados Unidos”, emendou. Apesar de minimizar a falta de Trump no encontro, Lula criticou o G20 afirmando que o grupo precisa parar de apenas tomar decisões e efetivamente colocar em prática as medidas aprovadas. As novas críticas ocorrem num momento em que as relações diplomáticas com os Estados Unidos estão sendo gradativamente refeitas, após meses de isolamento e ausência de diálogo desde a posse de Trump. Neste meio tempo, o governo do país norte-americano impôs sanções ao Brasil como um tarifaço de 50% sobre os produtos exportados para lá – 10% de tarifa linear a todos os países do mundo e mais 40% de sobretaxa por, entre outros motivos, represália ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – e medidas mais duras como a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).