O professor de Direito Penal, Fernando Capano, questionou em entrevista à CNN a necessidade da prisão preventiva após a constatação de tentativa de violação da tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro com um ferro de solda. Segundo o especialista, a decisão seria tecnicamente questionável diante das circunstâncias do caso. Capano argumentou que, apesar do evidente dano à tornozeleira eletrônica, o fato de Bolsonaro já estar sendo monitorado por equipes da Polícia Federal em sua residência tornaria a prisão preventiva uma medida excessiva. ‘Não enxergo elementos muito plausíveis a ensejar a decretação da preventiva nessa conjectura’, afirmou.
O professor destacou que não haveria uma clara relação causal entre a organização de uma vigília e o dano à tornozeleira que justificasse a modalidade mais gravosa de acautelamento penal. Para ele, a simples troca do equipamento danificado e a manutenção do monitoramento policial já existente seriam medidas suficientes. Capano também ressaltou que o caso em questão difere de situações comuns de violação de tornozeleira eletrônica. ‘Não havia, a meu juízo, qualquer tipo de circunstância a ensejar concretamente que ele realmente empreenderia fuga’, explicou o especialista, manifestando preocupação com o que considera uma ‘vulgarização do Instituto da Prisão Preventiva’.




