‘Sou fiscal do povo’, diz vereador de Uberlândia preso por desacato após confusão em loja de conveniência
Segundo a PM, o vereador Edson Carvalho Ferreira, conhecido como ‘Edinho Combate ao Câncer’ (PMB), aparentava embriaguez, se recusou a se identificar e xingou os militares. Ele foi levado à Delegacia de Plantão e liberado após pagamento de fiança. Ao Diário do Estado, o parlamentar alegou que os fatos relatados não são verdadeiros.
O vereador de Uberlândia Edson Carvalho Ferreira, conhecido como ‘Edinho Combate ao câncer’, de 49 anos, eleito em 2024 pelo PMB, foi preso por desacato na madrugada de sexta-feira (21). De acordo com a Polícia Militar (PM), ele se envolveu em uma confusão em uma loja de conveniência na Avenida João Naves de Ávila, no Bairro Santa Mônica.
Ainda segundo a PM, no momento da abordagem, o parlamentar aparentava estar embriagado, se recusou a se identificar e ofendeu os militares com palavras de baixo calão. Em resposta ao Diário do Estado, por telefone, o vereador afirmou que os fatos relatados no boletim de ocorrência não são verdadeiros e que foi vítima de abuso de autoridade por parte dos policiais. O parlamentar acrescentou que já ingressou com um processo contra o Estado e contra a loja de conveniência, mas que ele tramita em segredo de Justiça.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o parlamentar foi liberado do Presídio Professor Jacy de Assis por determinação da Justiça, ainda na sexta-feira (21), após o pagamento de fiança e que irá responder o processo em liberdade.
‘SOU FISCAL DO POVO’
Segundo o Boletim de Ocorrência, a situação aconteceu às 3h42 da madrugada. A funcionária do estabelecimento relatou que fazia manutenção no local quando Edson chegou, retirou uma cadeira de cima da mesa e insistiu em permanecer, alegando que, por ser ‘fiscal do povo’, poderia fiscalizar o espaço.
Segundo a testemunha, o parlamentar fotografou o ambiente e entrou em uma área restrita a funcionários, mesmo após ser avisado que não poderia. Diante da situação, a funcionária chamou a PM. Ainda conforme os oficiais, ao ser abordado, o vereador não informou o nome, mas afirmou ser advogado e disse ter direito de permanecer no local. Ele estaria com sinais de embriaguez, como olhos vermelhos, hálito etílico e andar cambaleante, ele foi orientado a sair do local, mas se recusou.
Em seguida, nervoso, o vereador teria começado a xingar os policiais. Diante da resistência, foi dada voz de prisão, sendo necessário o uso de técnicas de contenção. O vereador foi algemado e colocado na viatura.
Ainda segundo o registro policial, durante o trajeto, Edson se debateu e chutou o compartimento interno onde estava, mesmo após ser alertado de que poderia se machucar ou danificar o veículo. Diante da situação, o vereador foi levado à Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro Tibery, onde forneceu seus dados apenas ao médico de plantão. Após atendimento, foi identificado e encaminhado à Delegacia de Plantão da Polícia Civil.
Segundo a ocorrência, o vereador ainda pediu que os policiais registrassem apenas um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), alegando estar ‘nervoso’ e ser um ‘homem público’. Ele também teria acusado um dos militares de furto, mas foi informado que a apreensão de seus pertences (um celular, uma chave de automóvel, uma nota de R$ 20 e uma pulseira), fazia parte do procedimento padrão.
Segundo a Sejusp, Edson Carvalho Ferreira foi liberado do Presídio Professor Jacy de Assis por determinação da Justiça, ainda na sexta-feira (21), após o pagamento de fiança e que irá responder o processo em liberdade. O Diário do Estado questionou o valor da fiança e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que ‘o processo encontra-se em segredo de justiça’ e os valores não seriam divulgados. Também tentamos localizar o representante municipal do PMB, Partido da Mulher Brasileira, mas ainda não obtivemos resposta.




