A Telefónica perdeu um importante concurso público, organizado pelo Ayuntamiento de Talavera de la Reina, para a licitação de serviços de comunicações. A empresa foi excluída da competição devido ao fato de que um dos membros da união temporária de empresas não conseguiu comprovar a vigência do seu plano de igualdade. Este revés ocorre num momento delicado para a empresa, que já vem enfrentando dificuldades financeiras. O valor do contrato em jogo ultrapassa os 826.446 euros e inclui serviços como transmissão de dados, acesso à internet e serviço de e-mail corporativo.
As perdas financeiras da Telefónica têm sido significativas. A empresa divulgou um prejuízo líquido de 1.080 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, em contraste com os 954 milhões de euros de lucro do mesmo período no ano anterior. Apesar de um aumento leve de 1,1% nos seus rendimentos, o Ebitda teve um acréscimo de cerca de 1%, enquanto o resultado operacional caiu mais de 9%.
Além disso, a empresa teve um impacto de 1.909 milhões de euros devido à descontinuação das suas operações na América Latina. Esta situação levou a vendas de filiais em países como Argentina, Uruguay, e Peru, numa estratégia para reduzir a exposição da empresa na região. A Telefónica também está considerando operações similares em países como Venezuela, México e Chile.
Para reverter este cenário, a Telefónica anunciou um novo plano estratégico que inclui a redução pela metade do dividendo a ser distribuído no próximo ano. Haverá um foco em consolidação na Europa e crescimento no setor de defesa. A empresa também planeja um ERE que afetará cerca de 6.000 trabalhadores. O dividendo para este ano será mantido, mas nos próximos anos irá variar entre 40% e 60% do fluxo de caixa livre.




