Anistia e futuro bolsonarista em xeque após prisão preventiva

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A semana para o clã bolsonarista começa sob questionamentos. Com a prisão preventiva do ex-presidente da República Jair Bolsonaro e líder da direita, às vésperas do fim dos prazos para entrar com recursos contra a condenação no caso da trama golpista, promoveu um cenário desafiador aos seus aliados, colocando em xeque a aprovação de pautas polêmicas no Congresso Nacional, como o projeto que anistia os condenados pelo 8 de janeiro. Nesse sábado (22/11), o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), ironizou o silêncio da direita após Bolsonaro aparecer em um vídeo gravado pela Polícia Federal (PF) admitindo ter violado sua tornozeleira eletrônica horas antes de ser preso preventivamente por ter danificado o aparelho. Na ocasião, o petista pontuou que a tramitação de projetos bolsonaristas, como o PL da Anistia perderam força no Parlamento, pois, ‘o ato do ex-presidente os desmoralizou completamente’. ‘Eles falavam que iam votar essa semana a anistia, com aquele projeto que reduzia as penas, que é relatado pelo deputado Paulinho da Força. Primeiro que seria uma maluquice, porque seria uma interferência no Poder Judiciário. Ela é inconstitucional, porque seria uma específica para livrar a cara do Bolsonaro. Perderam completamente as condições políticas. Esse ato do Bolsonaro desmoraliza completamente esse pessoal’, avalia Lindbergh. O parlamentar deu entrada em uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF), requerendo a ampliação da investigação sob tentativa de fuga aos filhos do ex-presidente, Eduardo e Flávio Bolsonaro. Para rebater a acusação de Lindbergh, o vice-líder da oposição, deputado Domingos Sávio (PL-MG), disse que a perseguição e as injustiças cometidas contra o ex-presidente só aumentam a disposição da direita para lutar ainda mais no Congresso Nacional. ‘A nossa principal pauta não se limita ao Bolsonaro, são centenas de brasileiros vítimas da perseguição do Alexandre de Moraes e seus comparsas. Havia policiais 24h vigiando o Bolsonaro, inclusive, dentro da área de sua residência e que tornava claro que sua fuga era impossível, além disso o argumento ridículo e ilegal associando a realização de um culto ecumênico nas vizinhanças do condomínio longe da residência, uma vez que o condomínio é fechado, como motivo para esta prisão absurda’. Pressionado, o relator do projeto de anistia, agora chamado de projeto da Dosimetria, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), pediu, de acordo com informações obtidas pelo Correio, que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), paute o texto em plenário ainda nesta semana, tratando apenas do trecho que dispõe sobre a dosimetria das penas, sem anistia ampla, como a oposição gostaria. Hugo Motta não se pronunciou sobre o pedido até o fechamento desta edição. Mas, em declarações anteriores, acompanhadas pelo Correio, o parlamentar chegou a afirmar que toda decisão da Casa será definida com base no que a maioria dos líderes partidários definir como procedente na Reunião de Líderes. Sobre o risco do protagonismo bolsonarista decair no Parlamento, o cientista político e diretor da Pesquisa e Comunicação S/C Ltda. (Cepac), Rubens Figueiredo, argumenta que o Brasil vive um ambiente permanentemente tensionado, no qual crises sucessivas deixaram de ser exceção. Para ele, esse acúmulo de tensões deve se agravar conforme o calendário eleitoral avança. ‘É claro que a direita, cada vez que vai chegando mais perto da eleição, mais dificuldades vai criar para o governo Lula. E prender o líder de um lado da sociedade, que representa muita coisa, realmente não tem ânimos pacificadores’, pontuou o especialista.

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