As bancadas evangélica e católica do Congresso Nacional manifestaram solidariedade, neste domingo, ao ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, a Frente Parlamentar Evangélica o definiu como um ‘idoso com saúde debilitada’, que possui direito à ampla defesa e ao contraditório. A Frente Parlamentar Católica, por sua vez, afirmou ‘repudiar a truculência e a medida judicial que levou à decretação de sua prisão’. Na manhã desta segunda-feira, a Primeira Turma do STF formou maioria pela manutenção da prisão de Bolsonaro com votos de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. ‘Todo cidadão tem direito ao devido processo legal, à ampla defesa, ao contraditório e a um tratamento compatível com as garantias previstas na Constituição da República, especialmente um idoso, com saúde debilitada, e que não apresenta qualquer risco de fuga’, afirma o grupo evangélico. A Frente Evangélica ainda declarou que o ocorrido é ‘um fato de relevante impacto político e institucional para o segmento cristão’, e ressaltou que o país vive um momento de ‘elevada tensão’. ‘Medidas dessa natureza, tomadas sem absoluta observância do princípio da proporcionalidade, agravam divisões e comprometem a confiança da população nas instituições, dificultam ainda mais o caminho da pacificação social, gerando um ambiente de insegurança jurídica’, diz outro trecho. Já os parlamentares católicos, além de manifestarem solidariedade ao ex-presidente, afirmaram que o atual cenário é marcado ‘por violência e intolerância política’: ‘Reafirmamos nossa fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Rei e Senhor, e nossa confiança de que a justiça, a paz e o respeito à dignidade humana devem orientar a vida pública’, destaca a nota. Entenda a prisão A prisão foi ordenada porque Moraes considerou que havia risco de fuga e não existiam mais condições para manter a prisão domiciliar de Bolsonaro. Além disso, o ex-presidente reconheceu ter usado um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira eletrônica que utilizava como medida cautelar por determinação do STF. No despacho, Moraes afirmou que o ato revela a intenção de Bolsonaro de romper o equipamento para facilitar uma possível fuga, em meio à mobilização de apoiadores convocada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em um vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar convocou uma ‘vigilía’ de oração em frente ao condomínio onde mora seu pai. Em audiência nesta segunda-feira, a Primeira Turma do STF formou maioria para a manutenção da prisão. Em seu voto, Moraes frisou que ‘não há dúvidas sobre a necessidade da conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva, em virtude da necessidade da garantia da ordem pública, para assegurar a aplicação da lei penal e do desrespeito às medidas cautelares anteriormente aplicadas’. A prisão de Bolsonaro não está relacionada com a execução condenação pela tentativa de golpe de Estado. No caso da trama golpista, em que Bolsonaro foi condenado a 27 de prisão, a decisão ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há prazo para a apresentação de recursos. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF em Brasília. Ele está uma sala com cama de solteiro, ar-condicionado e frigobar. O espaço, usualmente destinado a custodiados sob responsabilidade direta da PF, passou por uma reforma recente, diante da possibilidade de Bolsonaro ser preso em função dos processos a que responde.




