O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), iniciou uma rodada de conversas com ministros do Supremo visando discutir o projeto da anistia. Após o rompimento com o PT, Motta avalia incluir o tema na pauta, porém, sua intenção é estabelecer um consenso para não gerar conflitos com o Supremo e o Senado, a fim de evitar que a Casa vizinha rejeite a proposta e exponha os deputados a possíveis desgastes políticos.
Existem duas perspectivas em relação ao cenário atual. A primeira sugere que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), poderia receber votos contrários a Jorge Messias no Supremo em troca de considerar a anistia na pauta. Alcolumbre busca principalmente impor uma derrota pessoal ao presidente Lula por ter desconsiderado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga. Lula afirmou que, se for derrotado, não indicará Pacheco, criando assim um impasse entre os dois políticos.
A segunda interpretação é de que o ambiente político encontra-se extremamente tenso com a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, originada pela tentativa de violar a tornozeleira eletrônica. O acordo para votação contempla a redução da pena dos detidos em 8 de janeiro, descartando, portanto, a possibilidade de anistia.
Um ministro do Supremo comentou à coluna que o impasse reside no fato de que, apesar dos consensos construídos antes da votação devido às tensões exacerbadas, os políticos retornam aos seus discursos eleitorais posteriormente.




