Durante uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central defendeu a postura da autoridade monetária em relação à liquidação do Banco Master e à continuidade da manutenção de juros elevados. Ele afirmou que a instituição apenas seguiu o que é determinado por lei nesses casos específicos. Galípolo também expressou preocupação com a influência de desinformação e opiniões nas redes sociais, afirmando que isso poderia interferir no trabalho do BC.
Galípolo mencionou a presença de ‘especialistas de WhatsApp’ que opinam sobre diversos assuntos, questionando se o BC deve interromper suas atividades constantemente para responder a cada questionamento. Ele ressaltou que a desinformação pode muitas vezes parecer mais atraente do que a verdade e admitiu que as explicações técnicas do BC podem ser consideradas enfadonhas. As críticas recentes nas redes sociais apontam uma suposta demora na intervenção do BC no caso do Banco Master.
Em relação à liquidação do Banco Master, Galípolo defendeu que o Banco Central seguiu adequadamente todos os procedimentos legais exigidos. Ele enfatizou a importância de cumprir as normas legais para evitar possíveis contestações futuras que poderiam gerar prejuízos ao erário público. O presidente do BC explicou que a instituição não interfere na conveniência de aquisições de ativos por parte de instituições financeiras, mas sim avalia a legalidade e a higidez das transações.
Sobre as decisões relacionadas à taxa de juros, Galípolo destacou a necessidade de manter a Selic elevada para conter pressões inflacionárias e cumprir a meta central de inflação de 3%. Ele afirmou que o BC usa a taxa de juros como instrumento para perseguir essa meta, mesmo diante de projeções que indicam dificuldade em atingir o objetivo. Na última reunião do Copom, a Selic foi elevada para 13,25% ao ano, a maior desde 2003.




