O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tomou a decisão de romper com o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), através de uma mensagem enviada pelo WhatsApp às 2h da madrugada da semana passada. Em suas palavras, Motta foi claro: ‘Não conte mais comigo para nada’. A coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo relatou que Sóstenes preferiu não comentar, em respeito à amizade deles, o que resultou em um afastamento entre os dois. Esse episódio marcou o segundo rompimento de Motta com líderes partidários em poucos dias.
Na semana anterior, o presidente da Câmara também declarou não ter mais interesse em qualquer tipo de relação com Lindbergh Farias, parlamentar do PT. Os desentendimentos entre as partes surgiram em meio à discussão do controverso Projeto de Lei Antifacção, aprovado com debates intensos. Lindbergh questionou a nomeação de Guilherme Derrite como relator do projeto, enquanto Sóstenes apresentou divergências durante as conversas. Uma das principais polêmicas foi a proposta de equiparar facções criminosas a grupos terroristas.
Para evitar um impasse, Derrite optou por remover o tema do texto original, porém Sóstenes propôs um destaque para reinseri-lo. Durante uma reunião com lideranças e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defensor da equiparação, Motta solicitou a Sóstenes que retirasse o destaque. Em meio a uma acalorada discussão, Sóstenes questionou qual seria a contrapartida: ‘E o que você me oferece em troca? Coloca o projeto do Danilo Fortes para votar?’. Motta respondeu que não poderia garantir nada, e Sóstenes manteve sua posição.
No plenário, Motta bloqueou o destaque do PL alegando inconstitucionalidade, levando à exclusão do dispositivo da proposta final. Horas mais tarde, já na madrugada, ele enviou a mensagem que sinalizou o rompimento com Sóstenes. Aos seus aliados, Motta ressaltou que tem respeito pelo líder do PL, mas considera que ele e Lindbergh têm o costume de criar conflitos semanais, expondo a Câmara a desgastes desnecessários.



