O Pastor Cláudio, líder comunitário próximo à Refinaria Duque de Caxias (REDUC), surpreendeu a todos ao se revelar o articulador do Comando Vermelho em um esquema de extorsão e intimidação empresarial na Baixada Fluminense. A Polícia Civil identificou que ele atuava como intermediário do tráfico, cobrando taxas semanais que variavam de R$ 50 a R$ 100 mil de empresas da região. Apresentando-se como pastor evangélico, Cláudio usava sua posição para coagir as empresas a seguir as ordens da facção criminosa, impondo contratações de moradores ligados ao tráfico, interferindo em processos seletivos e ameaçando represálias em caso de desobediência.
Durante a Operação Refinaria Livre, deflagrada pela DRE, DRE-BF e 60ª DP, Cláudio teve a sua identidade desmascarada e foi formalmente preso, juntamente com outros membros da organização criminosa. As investigações revelaram que além de extorsão, o grupo praticava associação criminosa e atentados contra a liberdade de trabalho, forçando empresas a pagar valores mensais sob ameaças de ataques, incêndios, agressões e interrupções violentas das atividades produtivas. Os funcionários indicados pelos criminosos eram obrigados a repassar parte de seus salários, caracterizando um esquema de rachadinha.
O pastor Cláudio, que se envolvia em cultos religiosos enquanto negociava com empresários, era o principal articulador do sistema criminoso, atuando em conjunto com Joab, apontado como chefe do crime organizado na região. A polícia ainda revelou que o grupo chegou ao ponto de manipular contratações e obstruir operações industriais para forçar o cumprimento de suas ordens, contando com a participação de figuras como Elizaman Lopes, conhecido como Carioca. A descoberta desse esquema criminoso evidencia a atuação do Comando Vermelho no controle financeiro das empresas e trabalhadores da região.
Após dois presos e um flagrante por tráfico durante a operação, ainda há integrantes foragidos, incluindo Joab, Alexandre e Elisamã. A investigação, que começou há cerca de um ano e meio após denúncias das empresas locais, prossegue para identificar fluxos financeiros e possíveis casos de lavagem de dinheiro. A polícia ressalta a importância da desarticulação do esquema para libertar as empresas e trabalhadores que eram reféns da facção criminosa. Apesar de ter se afastado da igreja à qual estava vinculado, Cláudio continuava utilizando sua imagem religiosa para fins criminosos, o que chocou a comunidade local.
A prisão de Cláudio ocorreu em Betim (MG), durante a Operação Aves de Rapina, onde foram encontradas em seu carro uma pistola calibre 9 mm, seis granadas artesanais modelo M26, munição e dinheiro. Ele havia levado os explosivos de Duque de Caxias para Minas Gerais, planejando usá-los em ações de intimidação contra a Refinaria Gabriel Passos (REGAP). A polícia destaca que o uso de explosivos é uma das estratégias do grupo para ameaçar, atacar e controlar o transporte nacional de combustíveis. A operação também visa identificar outros envolvidos no esquema, interrompendo suas atividades criminosas e restabelecendo a segurança na região.
A desmascaramento do Pastor Cláudio como o articulador do Comando Vermelho em um esquema de extorsão e intimidação empresarial na Baixada Fluminense chocou a comunidade local e revelou a complexa relação entre o tráfico e as atividades econômicas da região. A operação policial resultou em prisões e continua em andamento para capturar os demais envolvidos. É um alerta para as autoridades e a população sobre a influência do crime organizado em setores aparentemente distantes do mundo do tráfico, mostrando a necessidade de ações enérgicas para coibir práticas criminosas e garantir a segurança e integridade das empresas e trabalhadores locais.




