Jorginho revela adaptação rápida ao Flamengo e projeta final da Libertadores em entrevista exclusiva: “novela” de 2025 terá final feliz.

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Jorginho assume holofotes, explica adaptação rápida ao Flamengo e espera final feliz na “novela” de 2025

Em entrevista exclusiva ao GE, volante projetou a final da Libertadores, elogiou nível no Fla e analisou diferenças da disputa da Champions e da competição sul-americana

Fã da dramaturgia brasileira, Jorginho está prestes a conhecer o fim da sua atual novela, que, como toda produção emocionante, teve capítulos de reviravolta ao longo do ano. O episódio mais surpreendente para o público talvez tenha sido o retorno do meia ao seu país natal, onde ainda não havia jogado profissionalmente, já que foi adolescente para a Itália. Desde junho no Flamengo, o ítalo-brasileiro assumiu protagonismo nas campanhas do Brasileirão e da Libertadores. Aos 33 anos, abraçou a chance de uma apresentação tardia ao seu povo, mas digna de um final feliz.

– Eu nunca fui um jogador de aparecer muito, mas sempre me coloquei à disposição do time onde eu estava. E, para mim, o principal e mais importante é sempre o bem do time. Pode ser que tenha passado, digamos, despercebido um pouco quando você assiste aos jogos de fora. A importância vem mais para quem está dentro, quem acompanha o dia a dia, quem assiste muito detalhadamente os jogos, que consegue entender o trabalho que é feito de muitos jogadores. Não só eu, como muitos jogadores também, que passam despercebidos. Tem bastante gente que fala no dia a dia. Principalmente mais surpresos pela velocidade com que eu consegui me adaptar e performar da maneira que venho fazendo. Podendo ajudar o Flamengo. A surpresa maior acredito que tenha sido essa, ao invés do jogador Jorginho – disse em entrevista exclusiva ao GE.

Quem acompanha o Flamengo percebe que Jorginho se tornou rapidamente um dos líderes da equipe. No banco ou dentro do campo, o jogador é bastante vocal. Passa orientações, reclama, ajeita posicionamentos e dá dicas. “Mais chato, né?”, ele brinca. A impressão que passa é de uma história que vem sendo construída há bastante tempo, mas o volante fez apenas 27 partidas com a camisa rubro-negra. Agora, está perto de disputar a mais importante delas.

– Acredito que esse espaço se conquista pela disponibilidade do grupo. O grupo maravilhoso que temos, de jogadores humildes e que todo mundo olha na mesma direção. Eu chego de uma maneira tranquila, só querendo o bem de todo mundo. Acredito que eles tenham entendido isso rapidamente também. Eu queria apenas o bem do Flamengo. Eu consegui me adaptar rápido pelas informações que tive sobre como eu iria jogar. Consegui entender rapidamente o que o treinador queria, consegui entender as características dos meus companheiros, o que cada um poderia aproveitar melhor. Depois disso, com conversas, tive a oportunidade também de passar tempo no hotel, isso ajudou muito na chegada e na adaptação. Então vai passando o tempo, dia a dia, e você acaba conquistando essa confiança, que é muito importante – avaliou.

A grandeza do clube, uma viagem com a esposa ao Rio e a presença de Filipe Luís foram determinantes para a escolha de Jorginho pelo Flamengo. Com a família adaptada à capital fluminense, o coração do volante ficou em paz, sentimento que transferiu para os pés. Ele tentará levar essa tranquilidade à final da Libertadores deste sábado, às 18h (de Brasília), contra o Palmeiras. Mas nem tanto. A pilha pelo tamanho do jogo pode ser ruim? O camisa 21 responde:

– Ou uma força, né? Depende do ponto de vista, depende de como você encara a situação e como prepara o jogo. O fator emocional, sim, é muito importante. Então pode ser uma armadilha ou pode ser uma força. Depende de como vai acontecer. Entramos em um discurso um pouco grande, porque depende do momento, depende da situação, depende do que é falado, depende do tipo de provocação que pode ser saudável e pode ser motivacional para você. Então depende muito de como você encara cada situação. Todas as situações, todas as mínimas situações, são diferentes umas das outras. Então você tem que ter a maturidade e a inteligência de interpretar aqueles momentos para ter uma vantagem para você mesmo, ter um algo a mais.

O meio-campista nasceu em Imbituba, Santa Catarina. A veia futebolística veio da mãe, Maria Tereza, sua primeira treinadora. Eles costumavam praticar na praia e em casa. O apelido dela, que fugia para jogar futebol em um momento em que as mulheres eram proibidas e desencorajadas a praticar o esporte era… Zico.

– Acredito que isso já vem na minha família de geração para geração. Meu avô já jogava, o irmão dele também. E aí passou para minha mãe. E minha mãe sempre jogou. Ela fugia de casa porque naquela época menina não podia jogar. E meu avô apelidou ela de “Zico”. “Onde vai jogar hoje, Zico?”. E isso já vem no sangue, acredito eu. Quando eu começo a crescer e vejo ela jogando, a gente começa a jogar sempre, brincando. E ela vê que tem algo natural em mim, provavelmente. E começa a me ensinar e me dar uns toques. E vai intensificando isso. Essas idas à praia para poder fazer a parte técnica, como dominar a bola e chutar. A influência dela na minha parte futebolística é muito grande. Eu viajava com ela para poder vê-la jogar. A gente era bem grudado na minha infância, até os oito, dez anos mais ou menos.

Jorginho saiu de casa aos 13 anos para treinar em uma escolinha que tinha parceria com o Brusque. O clube catarinense tinha convênio com empresários italianos e, aos 15, o brasileiro foi levado para o Hellas Verona-ITA. Viveu em um convento, dormia em um quarto coletivo com outros garotos e recebia uma “mesada” simbólica do clube. Precisou se adaptar na marra às mais diferentes situações da vida.

– Talvez eu não soubesse o quão forte mentalmente eu era.

– Não sabem o quanto realmente você abdica. Porque são datas importantes que você deixa passar, são momentos que passam que não voltam mais. São momentos de seu filho nascendo, de você talvez não ver o primeiro passo, de perder aniversário de filho. Coisas importantes que acontecem na vida da sua família. A gente vive um sonho, um sonho não só nosso, geralmente da própria família que te ajuda e te eleva – comentou, relembrando um momento difícil da adolescência, em que pensou em largar tudo:

– No meu caso, eu tive a sorte de ter uma família que me apoiou muito e que me deu muitos conselhos importantes para que eu pudesse realmente continuar no caminho em busca do meu sonho, porque eu particularmente tive um momento que quis desistir. Meu pai e minha mãe naquele momento foram determinantes para que eu pudesse continuar em busca desse sonho. Mas eu vi meninos da minha idade que estavam comigo e desistiram por essas dificuldades que a gente tinha, que eram reais, e que infelizmente os pais não deram aquele empurrão a mais, que é o que talvez o menino precise naquele momento. E eu tive a sorte de ter esse empurrão na minha família.

Jorginho revelou à reportagem que é noveleiro e não perde sequer um capítulo das produções exibidas pela Globo. Recentemente, acompanhou assiduamente “Vale Tudo” e agora já está assistindo a “Três Graças”. O hobby ajuda a tirar a tensão causada pela temporada desgastante. Como todo final de novela, o Flamengo viverá nos próximos três capítulos o auge de 2025, podendo terminar como campeão da Libertadores e do Brasileirão.

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