O general Augusto Heleno era conhecido por seu desprezo pela carreira política. Acreditava que sua formação militar o tornava superior tecnicamente e moralmente aos políticos. Essa crença o levou à participação em tramas golpistas, resultando em sua condenação a 21 anos de prisão. Heleno e outros militares acreditavam que a política era suja e movida por interesses mesquinhos, enquanto os militares eram especiais. Eles defendiam que o golpe de 1964 não foi golpe e que a ditadura não existiu. Suas atitudes insubordinadas mostravam seu total desprezo pela classe política. O general acreditava poder controlar a política por dentro, até mesmo ultrapassando as prerrogativas da Abin para sabotar a transição de poder.

Heleno sempre foi visto como estrategista e comunicador, mas sua arrogância o impediu de se adaptar à política civil. O general acreditava ser mais esperto que os outros e tentou controlar Bolsonaro, sem sucesso. Sua ambição pelo poder fez com que desconsiderasse o governo democrático e tentasse um golpe. Heleno revelou que tem Alzheimer desde 2018, fragilizando sua imagem. A notícia surpreendeu pessoas próximas, questionando como ele ocupou cargos importantes sem que as perdas causadas pela doença fossem percebidas. Seu percurso mostra a busca pelo poder, independente do caminho, seja democrático ou golpista.

Heleno foi nomeado por presidentes de diversos espectros ideológicos, demonstrando sua flexibilidade político-partidária. Sua prisão, após tentativa de golpe, marca uma reviravolta em sua imagem pública. As atitudes confrontadoras e insubordinadas revelam uma mistura de vaidade, arrogância e ambição que o levaram a desafiar a ordem civil estabelecida. Sua pretensão de manipular Bolsonaro e controlar a política mostrou-se falha, e sua tentativa de golpe o levou à prisão. O episódio evidencia como sua visão distorcida da realidade foi influenciada por uma busca incessante pelo poder, independentemente dos meios utilizados para alcançá-lo.