Fontes ouvidas pelo blog demonstram perplexidade com a intensidade da atuação contra o indicado de Lula para o Supremo. Interlocutores afirmam que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, está representando o sentimento de outros integrantes da Casa. Para esses integrantes, Alcolumbre tem deixado as digitais nesse processo e se tornou a cara da crise institucional sem precedentes. Existe um risco real de o Senado rejeitar a indicação do presidente da República para o Supremo, algo inédito na história recente do país. Interlocutores de Alcolumbre alegam que ele busca apenas respeito e que a afronta do governo começou quando Lula não telefonou oficialmente para comunicar a indicação de Jorge Messias ao STF.

Enquanto a indicação de Lula estava em aberto, Alcolumbre defendia o nome do senador Rodrigo Pacheco. O governo não acredita que essa seja a única razão para o descontentamento do Legislativo. Houve uma articulação da base de Lula para dizer que há demandas de cargos e preocupações com investigações em andamento. Após uma nota pública de Alcolumbre expondo seu descontentamento, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou publicamente que o governo não está atacando o senador. Enquanto o governo teme a derrota de Messias, a briga entre Legislativo e Executivo persiste, com o Supremo observando atentamente.

Diversas fontes do STF afirmam que a atuação de Alcolumbre é inédita, pois parece haver uma busca por derrubar a indicação de Jorge Messias. Isso remete à indicação de André Mendonça, quando Alcolumbre submeteu o então indicado a um processo com ‘requintes de crueldade’, segundo um aliado do ministro. A utilização da RP9, conhecida como emenda de relator, foi mencionada para convencer senadores a derrubar a indicação de Mendonça. A RP9 funciona como um ‘cheque em branco’ no orçamento federal, agilizando aprovações no Congresso sem transparência inicial sobre os destinatários.