Crimes Cibernéticos desarticula esquema de golpes aplicados por meio de empresa fantasma na internet

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) deflagrou, nesta quinta-feira (16), operação para cumprir 15 mandados de busca e apreensão e exclusão de 15 grupos de uma rede social. Duas pessoas foram presas.

A investigação da delegacia especializada durou cerca de quatro meses e identificou 15 pessoas que atuavam como “laranjas” da associação criminosa voltada para golpes na venda de veículos pela internet, além de identificar 15 grupos de uma rede social por meio dos quais eram ofertados diversos ilícitos.

Uma empresa denominada “Ferrari Veículos”, que ficticiamente seria localizada na cidade de Crixás, interior goiano, anunciava fraudulentamente pela internet a oferta de diversos veículos para venda, apresentando valores atrativos aos interessados na compra. Porém, após realizarem transferências eletrônicas com a finalidade de garantir a compra dos carros anunciados, as vítimas percebiam que haviam caído em um golpe, já que a empresa sequer existe fisicamente no endereço da cidade e os carros adquiridos não lhes seriam entregues.

Em decorrência das investigações, foram identificadas 25 vítimas e 15 “laranjas”, que teriam colaborado com a fraude ao cederem suas contas bancárias para recebimento dos valores pecuniários transferidos pelas vítimas. Contra estes foram expedidos mandados de busca e apreensão domiciliares cumpridos na manhã de hoje.

Ainda foram identificados mais 15 grupos da rede social por meio dos quais diversos produtos de origem ilícita e prestação de serviços criminosos eram ofertados e contratados, como aluguel de contas bancárias, venda de cartões bancários e dinheiro falsos e venda de celulares possivelmente oriundos de furtos e roubos.

A Polícia Civil representou judicialmente pela exclusão dos grupos de redes sociais, sendo o pedido atendido pelo Poder Judiciário. Os grupos excluídos somavam mais de 1 milhão e 200 mil seguidores.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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