O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou seis policiais militares do Batalhão de Choque por crimes cometidos durante a megaoperação realizada no Complexo do Alemão e da Penha. Imagens das câmeras corporais mostram os agentes arrombando casas, constrangendo moradores, roubando um celular e um fuzil abandonado. As novas acusações, apresentadas recentemente, envolvem peculato, violação de domicílio, constrangimento ilegal, roubo e recusa de obediência.
Na investigação, foi constatado que os policiais arrombaram duas residências sem autorização judicial ou consentimento dos moradores. As imagens mostram os agentes revirando os cômodos e constrangendo um morador a permanecer sentado sob ameaça enquanto vasculhavam o ambiente. Além disso, o grupo é acusado de roubar um aparelho celular e um fuzil abandonado por criminosos em fuga.
O Ministério Público também apontou insubordinação e tentativa de obstrução das câmeras corporais por parte dos PMs. Eles teriam desligado, coberto ou desviado o campo de visão das câmeras para impedir o controle da atividade policial. Um sargento do Grupamento Tático de Ações Rápidas também foi acusado de violação de domicílio e insubordinação ao tentar ocultar o funcionamento da câmera corporal.
Além das denúncias recentes, houve outras acusações anteriores envolvendo crimes cometidos durante a mesma operação. Dois sargentos foram denunciados por peculato após serem flagrados subtraindo um fuzil parecido com um AK-47. Também foi registrada uma situação de furto qualificado envolvendo o desmanche de uma caminhonete na Vila Cruzeiro.
O MPRJ destacou a manipulação deliberada das câmeras corporais pelos policiais, comprometendo o controle interno e externo da atividade policial. As denúncias também citam imagens de um policial do Bope pegando um radiotransmissor e a capa de um colete após conversa com um dos sargentos implicados. No total, nove policiais foram denunciados pelas irregularidades cometidas durante a operação.
Com as novas denúncias, o MPRJ totaliza seis ações penais relacionadas à Operação Contenção. O órgão pediu a prisão preventiva dos denunciados e continua analisando as imagens da operação, considerada a mais letal da história do estado, com 122 mortos. A justiça busca responsabilizar os policiais envolvidos nos crimes e garantir a transparência e integridade das ações policiais.




