O corpo de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, morto depois de invadir uma leoa na jaula de uma leoa em um zoológico na capital na Paraíba, foi sepultado na tarde deste segunda-feira, 1º. A cerimônia de despedida ocorreu com a presença da mãe destituída, Maria da Penha Machado, e de uma prima no Cemitério do Cristo, em João Pessoa.

A vítima foi reconhecida no Instituto Médico-Legal (IML) pela mãe destituída, Maria da Penha Machado, que hesitou ao reconhecer o corpo.

Morte por choque hemorrágico

Segundo laudo inicial do Instituto Médico Legal (IML), o jovem morreu devido a um choque hemorrágico após ter o perfuramento de vasos cervicais causado por uma mordida da leoa no pescoço que atingiu artérias e veias na região.

Além do exame pericial, o IML também realizou um exame toxicológico complementar no corpo e uma análise de “identificação técnica”. Os resultados devem sair nos próximos dias.

Sonho de “domar leões”

Gerson de Melo Machado teve uma vida marcada por abandonos familiares e vulnerabilidade. Durante a infância, foi abandonado pela mãe que tinha esquizofrenia e viu os quatro irmãos serem adotados. Ele foi acompanhado por anos pelo Conselho Tutelar e, apesar de estar em abrigo para menores, sempre fugia dos locais para morar na rua.

Seu diagnostico de esquizofrenia veio à tona quando ele tinha 18 anos e respondeu por um processo criminal após ter danificado o portão de um centro educacional onde já havia sido internado. Na ocasião, foi registrado que Gerson agia em surtos, sem compreender o que fazia e que, por isso, ele era inimputável.

Além do momentos de surtos e vandalismo, o jovem também possuía um sonho inusitado: domar leões. Gerson teria chegado a tentar voar de forma clandestina para África, onde dizia que seria domador de leões pois os animais o “compreendiam melhor do que qualquer pessoa”.