Michelle Bolsonaro critica aliança com Ciro Gomes no Ceará e expõe racha na base bolsonarista

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) desautorizou, neste domingo (30), as negociações conduzidas por aliados no Ceará para apoiar uma possível candidatura de Ciro Gomes (PSDB) ao governo estadual em 2026. A intervenção pública expôs um racha no grupo bolsonarista local, constrangeu lideranças do PL e fortaleceu o nome do senador Eduardo Girão (Novo) como aposta da direita no estado. Michelle esteve em Fortaleza para participar do lançamento da pré-candidatura de Girão, que se coloca como principal adversário do governador Elmano de Freitas (PT), provável candidato à reeleição. Em discurso, ela classificou como ‘precipitada’ a articulação entre setores do PL e Ciro Gomes e defendeu a união da direita em torno do senador.

A ex-primeira-dama ainda repreendeu diretamente duas das principais lideranças bolsonaristas do Ceará: o deputado federal André Fernandes (PL) e o deputado estadual Carmelo Neto (PL). Os dois vinham conduzindo diálogos com Ciro, movimento que desagradou a ala mais fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro. ‘Tenho orgulho de vocês, mas fazer aliança com o homem que é contra o maior líder da direita, isso não dá. Nós vamos nos levantar e trabalhar para eleger o Girão. Essa aliança vocês se precipitaram em fazer’, afirmou Michelle, diante de parlamentares presentes no ato. Ela também declarou que a participação dos deputados no evento representava alinhamento automático ao projeto eleitoral de Girão: ‘Todos que estão aqui estão fechados com o Girão, porque senão não estariam aqui’.

Após o evento, André Fernandes criticou a postura de Michelle e afirmou que as negociações com Ciro Gomes ocorreram com aval direto de Jair Bolsonaro (PL), que cumpre pena de 27 anos por tentativa de golpe de Estado. Segundo o deputado, o ex-presidente teria conversado por telefone com Ciro em 29 de maio e sinalizado apoio à possível candidatura do ex-ministro ao governo do Ceará. Fernandes também citou respaldo do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, indicando que o movimento não era isolado, mas parte de uma estratégia nacional. A ideia, porém, era evitar que Bolsonaro assumisse publicamente a articulação enquanto os detalhes não estivessem consolidados.

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