Bacellar usa sua defesa para orientar deputados aliados e tentar manter cargo de presidente da Alerj
A decisão sobre a prisão do deputado Rodrigo Bacellar está causando agitação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A reunião extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), marcada para discutir o destino imediato do presidente afastado da Casa, foi adiada após pedido da defesa do parlamentar. A previsão era que a comissão divulgasse parecer pela manutenção ou não da prisão de Bacellar, o que precisaria depois ser referendado pelo plenário. A expectativa agora é que tudo se resolva na próxima segunda-feira.
No início da noite de ontem, a Alerj confirmou que a reunião da CCJ acontecerá às 11h, seguida por uma sessão plenária extraordinária para tratar do tema, já marcada para 15h. Até lá, os bastidores políticos estarão movimentados, com intensas negociações por votos, cargos e outras formas de influência. Há uma forte tendência de que a soltura de Bacellar seja aprovada, mas o afastamento dele da presidência ainda é motivo de discussão.
A defesa de Bacellar vem trabalhando arduamente para conquistar votos contra o afastamento, inclusive usando a estratégia de enviar mensagens cobrando lealdade dos colegas. O clima na Alerj é tenso, com parlamentares receosos de retaliações da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal, caso votem a favor do presidente da Casa preso. A ligação de Bacellar com facções criminosas, como o Comando Vermelho, também gera preocupação entre alguns deputados.
A sucessão na presidência da Alerj já está em discussão, com Guilherme Delaroli conversando com Altineu Côrtes sobre o futuro de Bacellar. O cenário político é instável, com diferentes opiniões sobre a melhor decisão a ser tomada. O governador Cláudio Castro prefere a soltura de Bacellar, acompanhada do afastamento, para evitar mais danos à imagem do Executivo. A pressão sobre os parlamentares aliados de Bacellar é grande, com interferências do Palácio Guanabara para votarem contra o presidente afastado.
Os deputados terão um fim de semana agitado, negociando o que será levado ao plenário pela CCJ. Diversas opções estão sendo consideradas, desde apresentar um único projeto de resolução até deliberar separadamente sobre a prisão e o afastamento. A decisão final terá grande impacto dentro da Alerj e refletirá diretamente nas futuras eleições. A votação mais aguardada é a de Rodrigo Amorim, presidente da CCJ e fiel aliado de Bacellar.
A conjuntura política na Alerj está complexa, com interesses conflitantes em jogo. A prisão do presidente Bacellar gera incertezas quanto ao seu destino e ao futuro da Casa. O desfecho desse episódio terá impacto não apenas na política do Rio de Janeiro, mas também na imagem do estado e nas próximas eleições. A Alerj enfrenta um verdadeiro quebra-cabeças político, onde a negociação por votos se intensifica e as decisões podem mudar o rumo da história da Assembleia Legislativa.




