Análise: vexame com reservas expõe contradições da diretoria do Vasco e aumenta dúvidas para Copa do Brasil
Clube preserva titulares para semifinais e apostas todas as fichas no mata-mata para salvar ano desastroso
Diniz diz que jogadores têm de honrar a camisa do Vasco
O Vasco não encerraria sua melancólica participação no Campeonato Brasileiro, sem antes deixar uma última ferida no torcedor em uma temporada repleta de fracassos. A goleada sofrida por 5 a 0 para o Atlético-MG foi, de acordo com o próprio Diniz, uma das piores derrotas na carreira do treinador e coloca ainda mais pontos de interrogação sobre os jogos decisivos da Copa do Brasil.
A campanha do Vasco, é verdade, perpassou muito mais por momentos com a zona de rebaixamento no retrovisor, mas também chegou a animar o torcedor depois do que parecia ser uma virada de chave do time com os bons resultados no início do segundo turno. No entanto, a sensação, pela passividade na derrocada dos últimos jogos, é de que se houvesse mais uma rodada o Vasco correria sério riscos de ocupar uma das vagas no Z-4.
Foram poucos os momentos de paz do vascaíno durante as 38 rodadas. Seja pelas contas em relação à distância da zona de rebaixamento ou pelas oscilações gritantes que não são normais para um time avaliado pela diretoria como um dos oito melhores elencos do Brasil. O time terminou a competição com a terceira defesa mais vazada, com 60 gols, à frente apenas dos rebaixados Sport e Juventude.
Um dos períodos de maior alegria veio, logicamente, com as surpreendentes quatro vitórias consecutivas no segundo turno. A animação mudou o discurso para briga por Libertadores. Terminou, porém, com um choque de realidade sobre o verdadeiro nível técnico e emocional do atual time com sete derrotas nos últimos oito jogos e uma classificação praticamente “culposa” para a Copa Sul-Americana.
O tópico sobre a Sul-Americana vale também um destaque sobre uma análise que permeia justamente a reta final da temporada. Na Arena MRV, o torneio continental parecia não ter um peso tão determinante para o clube. Depois de perder para o Mirassol, o Vasco viajou a Belo Horizonte com somente quatro titulares do último jogo entre os relacionados, e nenhum deles entrou em campo. A equipe, no entanto, não estava matematicamente garantida na Sul-Americana e chegou a figurar na 16ª colocação na tabela, com os resultados parciais das demais partidas da rodada.
O movimento de poupar todos os titulares neste contexto chama a atenção pela contradição com o discurso apresentado ao longo de boa parte de 2025. No início do ano, o Vasco elegeu a Copa Sul-Americana como sua principal prioridade na temporada. Voltar à competição após cinco anos foi um feito comemorado por Pedrinho e pela direção vascaína.




