Desde que a primeira condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) transitou em julgado, em junho, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), monitorava o rito que seria adotado pela Câmara dos Deputados. A sentença da Primeira Turma do STF pela invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) incluía não só a pena de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, como também a perda do mandato parlamentar. Já naquela época, Moraes sinalizou a interlocutores que a palavra final seria do Supremo e que não caberia a Motta sequer levar o caso à votação, mas somente formalizar um ato administrativo para declarar o cumprimento da decisão. Contudo, Motta fez chegar ao STF que a cassação era o cenário mais provável. Munido dessa informação, Moraes optou pela cautela, mas “deixou a caneta pronta” para ser usada em caso de necessidade, conforme relatou uma fonte próxima. A leitura do relator era de que, se a Câmara de fato concordasse com a cassação, conforme previa Motta, a situação estaria resolvida sem que fosse necessária a intervenção do STF — o que evitaria um novo atrito com o Congresso.




